O grupo dos países mais ricos e principais emergentes (G20) considera que o setor bancário deve pagar pelo custo que os governos têm quando saem a seu resgate, mas dá liberdade aos membros para que estabeleçam uma taxa com esse fim.
De acordo com uma minuta da declaração final, o G20 reconhece que existem diferentes formas de fazer com que os bancos “contribuam de maneira justa e substancial” com seu próprio resgate, e afirma que uma delas, embora não seja a única, é o polêmico imposto bancário.
A taxa, que já foi estabelecida por alguns países, era um dos pontos de maior divergência do G20, pela dura oposição mostrada pelos países emergentes e também pelo Canadá, anfitrião do encontro.
Em geral, as nações em desenvolvimento argumentavam que seus sistemas bancários não tinham sido o foco da grave crise internacional registrada em 2008 e 2009, e que, portanto, não teriam que pagar por um resgate que não ocorreu.
O comunicado final do G20, reunido desde sábado em Toronto, diminuiu as diferenças deixando a cada país a possibilidade de abordar suas próprias medidas, desde que os contribuintes fiquem protegidos, se permita “reduzir os riscos do sistema financeiro” e não se provoque “restrições no crédito”.
No entanto, deixa claro que o setor financeiro “deve fazer uma contribuição justa e substancial para pagar a carga associada às intervenções dos governos”.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que se opõe a imposição de um tributo global para os bancos como propunham o Reino Unido e a França, e que defende que essa seja uma medida aplicada em nível individual pelos países.
E-MAIS
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, representa o Brasil na reunião do G20, que começou sábado em Toronto, depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cancelou sua participação devido às inundações no Nordeste.
Ele lembrou que países como Grã- Bretanha e Estados Unidos já começaram a atuar nessa direção, mas precisou que “isso não quer dizer que todos os países tenham que fazer o mesmo”.
O ministro explicou, nesse sentido, que a carga imposta aos bancos já é mais alta no Brasil que em outros países. O comunicado também diz que os países emergentes com superavit deverão assumir reformas destinadas a flexibilizar suas moedas, fortalecer os gastos sociais e em infraestrutura. |