Com a forte expansão do crédito nos últimos anos, instituições financeiras e outras entidades ligadas ao setor começam a fazer movimentos para estimular o consumo consciente dos empréstimos. Os motivos para a ampliação dessas iniciativas são basicamente dois: educar o cliente e, consequentemente, evitar a explosão da inadimplência.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) afirma que o crédito consciente tem sido tema recorrente nas reuniões da entidade. "Despertamos nas instituições a preocupação de que eles têm de educar o consumidor para que o crédito não o prejudique", diz Fábio Moraes, diretor de educação financeira da Febraban. Pensar no longo prazo, entender o que é crédito e quais as modalidades disponíveis são os pontos básicos do consumo consciente de financiamentos. "É preciso pensar no aspecto social e econômico para o cliente e a sociedade", completa Moraes, que explica que o crédito consciente faz parte de um programa de finanças sustentáveis da Federação.
Para Angela Menezes, professora de Finanças do Insper, o interesse dos bancos pelo crédito consciente se dá sobretudo por causa da forte entrada das classes C e D no setor bancário. "Estamos falando de uma fatia da população que nunca teve conta em banco e quer comprar uma porção de coisas", diz Angela. Os dois aspectos somados resultam na procura pelo crédito. Ela reforça o risco de haver forte inadimplência, sem esse processo de conscientização.
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