Em 2010, o consumo dos brasileiros vai superar a marca de R$ 2,2 trilhões com significativa expansão de gastos entre as pessoas de todas as classes sociais. É o que mostra o Índice de Potencial de Consumo (IPC Target), divulgado ontem para todo o Brasil pela IPC Marketing Editora. No último domingo O POVO publicou com exclusividade dados do Nordeste, Ceará e Fortaleza. Como foi destacado, a Região Nordeste se manteve como segundo maior mercado consumidor do País. O total estimado para o consumo neste ano é de R$ 390 bilhões. O estudo coloca Fortaleza como a maior cidade do Ceará, em termos de consumo, e a oitava do País e o Estado é o 10º no ranking nacional de consumo com estimativa de gastos de R$ 63,2 bilhões este ano.
De acordo com a empresa, o consumo nacional apresenta um crescimento superior a R$ 338 bilhões quando comparado com o IPC Target 2009 (cerca de R$1,8 trilhão). Em termos reais, os cálculos do IPC Target para 2010 mostram que as despesas das famílias crescerão mais que o Produto Interno Bruto (PIB), igual a 6,1% , indicando um aumento populacional da ordem de 1%. O estudo foi feito com base em dados secundários atualizados,pesquisados em fontes oficiais de informação, utilizando metodologia própria da empresa.
Como O POVO já havia ressaltado, os gastos com manutenção do lar, que incorporam despesas com aluguéis, impostos e taxas - luz,água,gás - (27,6%), serão os maiores. Na Região Nordeste ele representa (R$ 86,5 bilhões). O segundo maior gasto fica com alimentação e bebidas (21,4%) fica com outras despesas. No Brasil, o IPC Target de 2010 consolida a importância da classe C (C1 e C2) que, mesmo segmentada, evidencia a potencialidade de consumo ao concentrar o maior contingente de domicílios urbanos & quase 23 milhões ou seja 48,7% das habitações. ``Esse grupo responde por 27,7% de tudo que será consumido no País``, observa o diretor da IPC Marketing Editora e responsável pelo estudo, Marcos Pazzini. Para exemplificar, ele destaca que a classe C vai absorver R$ 579,7 bilhões do consumo nacional, elevando o seu poder de compra em relação a 2009 quando essa cifra era de R$ 532 bilhões.
Ainda segundo o estudo, a classe média se mantém praticamente estagnada com os seus R$ 863,9 bilhões de consumo puxados pelas classes B2 & com cerca de R$ 495,7 bilhões & e C1 (cerca de R$ 368,2 bilhões). Esse grupo responde por 41,4% do total previsto para o País, em 2010, pouco superior à demanda de 2009 quando a participação foi de 41%. Já as classes A1, A2 e B1 (topo da pirâmide social) disputarão o poder de compra com a classe média com outros R$ 895,8 bilhões, ou seja, 42,9%.
Em termos de mobilidade social nas áreas urbanas, Pazzini diz que verifica-se um crescimento significativo na população das classes B2 e C1, retomando o cenário pré-crise econômica de 2008.
EMAIS
- A sociedade economicamente ativa brasileira conta atualmente com 90 milhões de pessoas - exatos 46,5%, na faixa etária dos 20 aos 49 anos. Outros 19,3% (37,5 milhões) já estão com 50 anos ou mais. A população infantil (0 a 4 anos e 5 a 9 anos) e a de jovens e adolescentes (10 a 14 anos e de 15 aos 19 anos) praticamente se igualam; enquanto o mundo de crianças chega a 32, 5 milhões, e o dos adolescentes atinge 33,4 milhões pessoas
- Os 50 maiores municípios brasileiros responderão por 45,8% do consumo nacional, em 2010. No ano passado, estes municípios eram responsáveis por 43%. São Paulo e Rio de Janeiro lideram o ranking do País e ganharam participação no IPC Target entre 2009 e 2010, fato que não ocorria há muito tempo, devido à descentralização do consumo das capitais para o interior, na época.
- Em 2010, Brasília passa a ser a terceira maior cidade brasileira, com o IPC Target estimado em 2,17749, superando Belo Horizonte (com o IPC Target de 2,13816), que cai para a quarta posição. Destacam-se ainda Porto Alegre (voltou a ser sétima cidade do País, com uma participação de 1,47591 & estava em oitavo no ano passado)
- Entre as inúmeras variáveis do cenário nacional o IPC Target aponta a retomada do maior consumo entre as 27 capitais quando comparado com 2009. A participação das capitais será de 34,5% em 2010, ante os 32% registrados em 2009. Em valor, a participação das 27 capitais brasileiras será de R$ 758,5 bilhões.
- Além destes destaques, o banco de dados do IPC Target 2010 tem informações, através de softwares de geoprocessamento, que oferecem um perfil de cada uma das 5.565 cidades do Brasil e detalhes para distritos de oito capitais (São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Fortaleza e Belém). Veja mais no link .com.br/downpress/Consumo _Brasil_IPC_TARGET_2010
REGIÃO
- A leitura para o IPC Target 2010 da Região Nordeste de 17,71599 é a seguinte: de cada R$ 100 que vão ser gastos este ano no Brasil R$ 17,72 serão na região
- No caso de Fortaleza, o IPC de 1,37887, significa que de cada R$ 100 consumidos no País R$ 1,38 serão na capital cearense. A estimativa é que este ano a população da capital cearense vai consumir R$ 30,4 bilhões. O IPC Target do Ceará é de 2,87001, representando R$ 2,87 para cada R$ 100 consumidos
- De acordo com o IPC Target 2010, as rendas médias familiares por classe social são: A1 R$ 14.550; a A2 R$ 9.850; B1R$ 5.350; B2 R$ 2.950; C1 R$ 1.650; C2 R$ 1.100; D R$ R$ 750 e E R$ 410
Fonte: IPC Target 2010
NÚMEROS
338
BILHÕES DE REAIS É A EXPECTATIVA DE CRESCIMENTO DO CONSUMO NO BRASIL EM RELAÇÃO ANO ANO PASSADO, SEGUNDO O IPC target
390
BILHÕES DE REAIS É O VALOR TOTAL DA EXPECTATIVA DE CONSUMO EM TODO O NORDESTE EM 2010. OU SEJA, R$ 40 BILHÕES A MAIS DO QUE EM 2009, SEGUNDO O IPC target
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04/05/2010
