Trabalhadores sem- terra fizeram manifestação ontem, em frente ao Centro Administrativo Bárbara de Alencar (Palácio Iracema). Durante todo o dia, cerca de 800 pessoas (cálculo da direção do movimento) ficaram acampadas em frente ao prédio que é sede do Governo do Estado. Eles reivindicam, principalmente, desapropriações de terras e ocupação para os agricultores que perderam o plantio este ano.
``No Ceará temos 30 acampamentos e as pessoas aguardam as desapropriações. Aqui temos também pessoas daqui (de Fortaleza) que estão ocupando uma área no bairro José Walter porque estão sem moradia``, informou Lourdes Vicente, da coordenação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST-CE).
Na pauta de reivindicações, segundo Lourdes, os trabalhadores sem-terra querem também escolas de ensino médio para os assentamentos - há duas semanas foi inaugurada a primeira delas no assentamento 25 de Maio em Madalena &; construção de centros culturais e projetos produtivos para as mulheres, entre outros.
``Temos 1.200 famílias acampadas desde a semana passada em uma área do José Walter e queremos a desapropriação da área``, insiste Lourdes. Entre os acampados que estiveram na manifestação de ontem estavam Maria do Livramento, 48, e José Valdemir Peixoto, 47. Os dois dizem que moravam em casas de amigos no bairro Vila Velha. ``Faço umas merendas e vendo na feira. É minha única fonte de renda``, diz Maria do Livramento.
No fim da manhã, uma comissão do MST-CE foi recebido pelo chefe de gabinete Almircy Pinto que, segundo assessoria de imprensa do governador Cid Gomes, solicitou uma nova pauta com mais detalhes das reivindicações. Marcelo Matos, do MST-CE disse ontem que hoje haverá audiências na Secretaria de Desenvolvimento Agrária (SDA) e no Idace. ``Também esperamos uma audiência com o governador Cid Gomes amanhã ou quinta feira``, completou.
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