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PROJETO NORDESTE: Bispos sugerem ações para ministro

Ministro Mangabeira Unger apresenta Plano de Desenvolvimento do Nordeste e se diz aflito e entusiasmado com a idéia

Nove bispos cearenses e dois piauienses se reuniram, na tarde de ontem, com o ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência República, Mangabeira Unger, para conhecer detalhes e sugerir ações para o Plano de Desenvolvimento do Nordeste, idealizado pelo ministro. A reunião foi no Centro Pastoral Mãe da Igreja, em Fortaleza.

Ao fim da reunião, o bispo de Itapipoca, dom Fernando Canuto, entregou ao ministro o relatório final do Seminário “Vida Sustentável no Semi-Árido Cearense”, realizado em Fortaleza, em fevereiro passado, com a presença de 358 pessoas, entre religiosos, sindicalistas, políticos, acadêmicos e representantes de ONGs.

Segundo o arcebispo de Fortaleza e presidente da Regional Nordeste I da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom José Antônio, o conjunto de propostas é diversificado. Entre as sugestões constantes na carta, estão: reabrir, recuperar, preservar e construir escolas agrícolas, na perspectiva da educação para a convivência com o semi-árido.

Outras idéias são: rejeitar o modelo econômico de acumulação da riqueza, “materializado nos grandes projetos do hidronegócio, do agronegócio e da mineração, por um modelo orientado pela defesa da vida”; fortalecer a economia solidária e a agricultura familiar; garantir o acesso à água como direito à vida; implantar política de reforma agrária; debater a municipalização da agricultura; e recuperar áreas degradadas.

Unger informou que, neste dia 29, governadores nordestinos e o presidente Lula discutirão o “Projeto Nordeste” e poderão definir o início de sua execução. O ministro se disse entusiasmado e aflito, por achar que o projeto pode transformar a região, mas pela proximidade com as eleições de 2010. “Se conseguirmos consolidar essa dinâmica antes do ano eleitoral, o projeto vai poder entrar no debate eleitoral. O Nordeste não se deve dar de barato às forças políticas, não se deve satisfazer com barragem ali, estrada acolá. O Nordeste é pra se rebelar, tomar a linha de frente de outro caminho para o Brasil”, disse.