Pesquisa divulgada ontem comprovou o que o movimento sindical tem denunciado com determinação nos últimos meses. Segundo estudo do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), baseado em dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho, os bancos em operação no Brasil demitiram 1,354 mil funcionários apenas no primeiro trimestre deste ano.
De acordo com a pesquisa, as demissões se concentram na rede privada, sobretudo em função das fusões envolvendo Itaú e Unibanco e Santander e Real. Durante o processo de fusão, as empresas garantiram publicamente que não reduziria postos de trabalho.
Outra conclusão é de que os bancos estão demitindo trabalhadores mais velhos e qualificados para contratar profissionais mais jovens salários inferiores. Além disso, as organizações financeiras estão reduzindo custos ao rebaixar a remuneração média dos bancários. Os demitidos recebiam remuneração média de R$ 3.939,84, enquanto os contratados têm remuneração média de R$ 1.794,46, diferença de 54,45%.
Se a demissão tem batido cada vez mais à porta da categoria, principalmente no Sudeste, os bancos continuam acumulando bilhões, mesmo em tempos de crise. Os 50 maiores bancos apresentaram lucro líquido de R$ 7,5 bilhões só no primeiro trimestre deste ano. Além disso, as empresas estão reduzindo custos com fechamento de postos de trabalho e alta rotatividade da mão-de-obra.
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