A Sudene garante ter verbas para financiar os parques eólicos no Ceará, mas ainda não colocou a promessa em prática. A direção do órgão vai reunir-se com presidente Lula e solicitar a liberação.
Os furacões de investimento para projetos eólicos em 2008 enfrentam fortes ventos de dificuldade este ano, principalmente em relação à garantia de financiamentos, restritos em tempos de crise. Apesar disso, a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) afirma ter verbas suficientes aos empreendimentos no Ceará. “Não existe escassez para o setor eólico. Não faltam recursos”, garantiu ao O POVO o superintendente do órgão, Paulo Fontana.
Ele informou, inclusive, já estar na Secretaria do Tesouro Nacional (STN) o documento que solicita o depósito de recursos na conta da Siif Énergie do Brasil para quatro parques eólicos: Paracuru, Icaraizinho (Amontada), Choró (Beberibe) e Formosa (Camocim). O financiamento da ordem de R$ 700 milhões - 60% do total das obras-, está aprovado e liberado desde o final de 2008.
“Ano passado, o setor eólico foi um dos únicos privilegiados pela Sudene. Este ano, nós também temos dinheiro para alguns projetos”, ressaltou. A empresa Bons Ventos também solicitou crédito para quatro parques no Ceará, mas, até agora, não recebeu. Os empreendimentos são Albatroz (16,5 MW), em São Gonçalo do Amarante, Bons Ventos (50 MW), Canoa Quebrada (57 MW) e Enacel (31,5 MW), os três em Aracati, os três últimos no valor de R$ 750 milhões.
“O orçamento da Sudene direcionou grande investimento para a Transnordestina e dificultou a liberação de recursos, mas ela tenta uma suplementação orçamentária”, afirma a assessoria da Bons Ventos.
Os empreendimentos em Aracati foram projetados para terem recursos próprios (20%), do Banco do Nordeste do Brasil (20%) e da Sudene (60%). Até o momento, bancou sozinha a construção. A assessoria informou que os sócios da Bons Ventos tiveram que injetar um extra de R$ 120 milhões, além dos R$ 170 milhões iniciais, para dar continuidade às obras, que pararam por duas semanas em abril.
Conforme o superintendente da Sudene, a Bons Ventos perdeu o lugar na fila, pois chegou a retirar o projeto em 2008 e voltou a solicitar financiamento da entidade este ano. “A gente solicitou que a Bons Ventos agilizasse a documentação. Faltou vontade da empresa. Eles que se deixaram de lado”, afirmou e se defendeu: “Além disso, (os parques de) Aracati estão com pendências fundiárias. Assim, não liberaria jamais”.
Mesmo assim, Fontana informou que vai se encontrar com o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira, amanhã, para solicitar ao presidente Lula aporte suplementar à demanda da Bons Ventos. No caso do projeto de Albatroz, o empenho do recurso é provável, afirmou.
As chuvas reduziram o ritmo das obras dos três parques em Aracati, mas o cronograma de funcionamento está mantido para o final do ano. “As chuvas dificultam
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