Organizações sociais de toda a Argentina vão celebrar amanhã (24) os 33 anos do golpe que deu início a ditadura militar implementada no país de 1976 a 1983. O "golpe genocida", como chamam as organizações, ocorrido no dia 24 de março de 1976, é conhecido como um dos episódios mais brutais e sanguinários da história argentina. Ao final do período, milhares de pessoas estavam desaparecidas. Muitos dos filhos de pais considerados subversivos pelo regime ainda permanecem adotados por militares.
Sob o lema "Basta de impunidade, basta de repressão", o Espaço Memória, Verdade e Justiça vai realizar amanhã, a partir das 15h30, uma marcha que sairá do Congresso em direção à Praça de Maio. As entidades vão denunciar que 95% dos genocidas estão em liberdade e mais de 400 jovens continuam adotados. Voltarão a exigir a aparecimento com vida de Jorge Julio López, desaparecido há quase dois anos e meio. Além disso, vão tecer críticas aos efeitos da crise econômica sobre os trabalhadores.
Um pouco mais cedo, às 15h, a Corrente Política Enrique Santos Discépolo organiza uma mobilização, na Avenida de Maio e 9 de julho (Monumento ao Quixote), em recordação e em repúdio ao golpe genocida, que, segundo a organização, "afundou nossa pátria em sua mais negra noite e cujas sombras, com velhas e novas roupagens, ameaçam ainda hoje nosso povo".
Nesse mesmo horário, as Avós da Praça de Maio, as Mães da Praça de Maio Linha Fundadora, Familiares e Filhos regional capital junto a Assembléia Permanente pelos Direitos Humanos, o CELS, o MEDH e o Serpaj vão realizar, na Praça de Maio, uma mobilização com a clássica bandeira com a fotografia dos 30 mil detidos-desaparecidos durante a ditadura.
Amanhã às 21h, está programado um recital com a presença de León Gieco, Arbol, Nonpalidece e La Chilinga diante dos tribunais "Despertemos para a justiça: Julgamento e Punição Já!". A Central de Trabalhadores Argentinos (CTA) confirmou sua participação no evento.
Desde o dia 21 de março, a Associação Mães de Praça de Maio organizam o Primeiro Festival da Canção Social, no edifício da antiga Escola Mecânica da Armada (ESMA), emblemático centro clandestino de detenção, tortura e apropriação de crianças entre outras atividades. Vários grupos teatrais já se apresentaram. O Festival termina amanhã.
Pelo interior do país, estão previstas outras mobilizações. As Mães da Praça de Maio Neuquén e Alto Valle, junto a outras organizações, vão concentrar-se no Monumento a San Martín às 20h. Em Tucumán, organismos de Direitos Humanos junto ao PC e Livres do Sul convocam para a avenida Sarmiento e Muñecas, às 18h, com destino à Praça Independência. Em Córdoba, a Mesa de Trabalho pelos Direitos Humanos realizará uma marcha, a partir das 18h, desde Colón e Cañada.
A Rede Nacional de Meios Alternativos (RNMA) realiza transmissão dos eventos ao vivo a partir das 14h30 por meio do site www.rnma.org.ar.
|