Plano brasileiro na área ambiental estabelece a redução dos índices de devastação e ações para manter nossa matriz energética de forma majoritariamente renovável
O Brasil foi considerado destaque na 14ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, realizada recentemente em Poznan, na Polônia. O encontro reuniu cerca de 190 países e foi mais uma das etapas de negociações que visam estabelecer um acordo substituto ao Protocolo de kyoto. A próxima reunião, que deverá fechar um novo acordo global sobre o clima está prevista para dezembro de 2009, em Copenhagem, na Dinamarca.
O Protocolo de Kyoto regula atualmente as emissões de gases de efeito estufa e determina que as nações industrializadas devem reduzir, até 2012, essas emissões em aproximadamente 5% em relação aos níveis registrados em 1990. Antes desse prazo expirar, porém, os países signatários do acordo pretendem avançar em decisões e levá-las para o encontro de Copenhagem, considerado prazo final para se chegar a um novo acordo global sobre o clima. Para o próximo período de compromisso, a expectativa é de que as metas sejam mais ambiciosas.
Nesse sentido, a Conferência em Poznan tratou de temas como a Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD), transferência de tecnologia entre paíes, financiamento de ações de mitigação e adaptação e metas quantitativas de redução de emissões de gases de efeito estufa. Durante o encontro, o Brasil apresentou o seu plano contra o desmatamento, tendo sido citado por participantes, como o ex-vice-presidente dos EUA, Al Gore, e o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, como exemplo a ser seguido pelos demais países.
O plano brasileiro, elaborado em conjunto por 17 ministérios, entre outras medidas, estabelece a redução dos índices de devastação em 40% no primeiro quadriênio, 30% no segundo e 30% no terceiro, o que equivale a 4,8 bilhões de toneladas de dióxido de carbono (Co2) a menos na atmosfera. Além disso, sugere ações nas áreas de produção de energia elétrica, álcool, biodiesel e carvão, para que possamos em futuro próximo manter nossa matriz energética de forma majoritariamente renovável. Atualmente, 77% da matriz energética nacional é oriunda de hidroelétricas.
O reconhecimento ao plano brasileiro por parte de autoridades internacionais merece ser destacado, tendo em vista os recentes atropelos a que nossa política de gestão ambiental tem sido submetida. Os dados de desmatamento na Amazônia e o fato simbólico da saída da senadora Marina Silva do ministério do Meio Ambiente, geraram repercussão negativa, com protestos em todo o mundo. A aprovação internacional do plano apresentado pelo Brasil, portanto, é um alento no sentido de que o País está no caminho certo quanto as ações a serem tomadas nesse campo. Resta agora, torcer para que até a revisão de Kyoto outros países possam também seguir na mesma linha que o Brasil.
|