O resultado disso é um cenário desolador.
É o som que mais se ouve no sertão. A terra ressecada do açude entristece o sertanejo. “Desse jeito, é doído. Só pedra e barro seco rachado”, conta um homem. A comida para os animais é cada dia mais escassa. A estiagem também castiga as lavouras. “O feijão não deu como era para dar. O arroz diminuiu. A mandioca não tem raiz”, lamenta o lavrador Jidean Diamantino.
Na vegetação esturricada, o fogo se espalha rapidamente. Uma nuvem negra encobre o dia. São 50 mil focos de queimadas no Maranhão este ano. O gado de uma fazenda não escapou do incêndio.
Uma ponte foi construída para ligar dois municípios do Maranhão divididos por um rio, mas já não chove há tanto tempo - quatro meses - que a água desapareceu. Esse cenário se repete em quase toda a região. Uma grande preocupação porque as fontes de abastecimento estão secando.
Crianças abandonam a escola para buscar a água que mata a sede de toda família. É preciso caminhar horas para tomar banho. “Melhor sonho da vida da gente é chegar água e luz”, revela uma moradora.
No povoado, os moradores pararam as construções. Uma vila fantasma. A maioria se mudou em busca de água.“Agora, estou vendo de ir embora porque não agüento mais tanta secura, tanta necessidade de água. Estou cansada”, reclama uma mulher
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