Uma vitória parcial produto da greve nacional bancária! Nenhuma confiança nas instituições burguesas! Intensificar a campanha contra as perseguições políticas no Banco do Brasil!
No último 23 de outubro, o juiz Marcos Fava, titular da 89ª Vara da Justiça do Trabalho de São Paulo, determinou a reintegração imediata do companheiro Wiliam Ferreira, demitido em plena greve nacional, ao quadro de funcionários do Banco do Brasil (ver fac-símile da sentença abaixo). O juiz considerou a dispensa de Wiliam, reconhecido militante da Oposição Bancária e da Conlutas, um flagrante ato de desrespeito à própria legislação vigente “tendo em vista a arbitrariedade de sua demissão, no curso do movimento paredista”, como registrou na sentença de reintegração.
Fac-símile da sentença da Justiça do Trabalho
Em um ato sinistro, relembrando os piores tempos da ditadura militar, quando era muito comum a demissão de militantes políticos de esquerda, a direção do Banco do Brasil, sob a égide do governo do “ex-grevista” Lula, reintroduz a prática arbitrária da demissão e perseguição política à vanguarda dos lutadores mais combativos da classe trabalhadora. Wiliam Ferreira, funcionário concursado, em vigência de seu período probatório, destacou-se na combativa greve da categoria como uma nova liderança forjada na referência de um programa classista e revolucionário. Por isso mesmo Wiliam recebeu o justo ódio do governo da Frente Popular que, com esta medida contra um trabalhador grevista, demonstrou seu verdadeiro caráter de classe burguês.
Os trabalhadores já conhecem através de sua trajetória histórica que a justiça, em particular a do Trabalho, é representante dos interesses capitalistas, apesar de seu discurso de neutralidade e em defesa da democracia. Neste sentido, o único caminho para efetivamente garantir de forma definitiva a manutenção do emprego do companheiro Wiliam, é o desenvolvimento de uma ampla e vigorosa campanha nacional contra as demissões e perseguições políticas que a patronal bancária irá desferir no período posterior ao encerramento da greve. No decorrer da própria greve, esta batalha já deu seus primeiros passos. As assembléias gerais de vários estados, como São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Maranhão, Rio Grande do Norte, Ceará, etc., aprovaram moções de repúdio à direção do Banco do Brasil e em solidariedade ao companheiro Wiliam.
Apesar da disposição de luta dos bancários, a campanha salarial foi liquidada por um conluio entre a burocracia cutista, Fenaban e o governo Lula. A aceitação de um índice de reajuste rebaixado, ainda mais diferenciado por faixas salariais, além da compensação dos dias parados, não refletiu o ímpeto da categoria de arrancar conquistas significativas (estabilidade no emprego, redução da jornada, PCS, etc.), impondo uma derrota aos planos de arrocho salarial e ajuste fiscal do governo Lula.
Seguindo esta lógica reacionária, com toda certeza a direção do Banco do Brasil irá recorrer às instâncias superiores da Justiça do Trabalho, para cassar o legítimo direito de emprego de Wiliam. Diante deste quadro de ofensiva patronal, sua demissão abre um grave precedente contra a estabilidade de fato no interior das empresas estatais. É necessário que o conjunto do movimento sindical e popular abrace a defesa do companheiro Wiliam como uma questão política prioritária neste momento, independente de suas convicções programáticas serem divergentes da orientação da maioria das direções do movimento de massas. Convocamos a CUT, Conlutas, sindicatos e organizações políticas de esquerda a somarem-se na construção de um grande ato político para exigir a reintegração definitiva do companheiro, assim como o fim de todas as perseguições políticas no Banco do Brasil. |