Paralisações, atos de protesto, passeatas, audiência na Casa Civil, audiências públicas. Essas são algumas das atividades que estão acontecendo no Brasil e em outros países da América-Latina e Caribe por toda essa como parte da Jornada de Lutas – Semana Antiimperialista.
As mobilizações combinam as lutas específicas das categorias e bandeiras gerais do movimento, que ganharam força com a crise econômica mundial. Isto porque os trabalhadores já se deram conta que essa crise não é deles, por isso não devem pagar por elas.
A Jornada de Lutas – Semana Antiimperialista foi aprovada em julho no Encontro de Trabalhadores Latino-americanos e Caribenhos (ELAC), que aconteceu em Minas Gerais, promovido pela Conlutas e entidades internacionais.
A Jornada de Lutas – Semana Antiimperialista acontece de 12 a 18 de outubro, com a realização de protestos na maioria das capitais brasileiras, além de países como Paraguai, Uruguai, Argentina, Colômbia, Equador e Haiti.
Veja as bandeiras da Semana Antiimperialista:
- Aumento Geral dos Salários, Contra a Carestia!
- Redução da Jornada de Trabalho, Sem Banco de Horas!
- Contra a Criminalização dos Movimentos Sociais!
- O Petróleo Tem que ser Nosso. Petrobrás 100% Estatal!
- Foras as Tropas do Haiti!
- Todo Apoio a Luta do Povo Boliviano!
Abaixo, a cobertura de algumas das atividades que vêm acontecendo pelo país. Envie informe da sua cidade, da sua região.
Brasília – Servidores Federais
Os servidores públicos federais estão mobilizados desde o início da semana em Brasília. Eles estão combinando suas reivindicações específicas com as gerais da Semana Antiimperialista. Além dos eixos gerais contra a criminalização dos movimentos sociais, por aumento geral dos salários e por fora as tropas brasileiras do Haiti, os servidores estão protestando contra a criação das fundações estatais de direito privado e também contra a imposição de pagamento do imposto sindical à categoria.
Nesta quinta-feira já realizaram um protesto na Esplanada dos Ministérios com a presença de cerca de 250 representantes de entidades, entre elas a Coordenação Nacional das Entidades de Servidores Federais (CNESF) e sindicatos de servidores de todo o país. Eles participaram ainda de audiência na Casa Civil. O dia finaliza com um ato em frente Ministério das Relações Exteriores onde haverá uma manifestação pela retirada das tropas brasileiras do Haiti.
Nesta sexta-feira (17) eles realizam uma plenária nacional durante todo o dia, no Auditório do Centro de Ensino Maria Auxiliadora – CEMA.
São José dos Campos
Lá, a Semana Antiimperialista começou na sexta-feira, dia 10, com uma manifestação em Caçapava, pela retirada das tropas brasileiras do Haiti e pelo fim da ocupação militar da ONU (Organização das Nações Unidas) naquele país. Desde então diversas atividades vêm acontecendo.
Na quinta-feira (16) de manhã cerca de 2.500 trabalhadores paralisaram a produção na GM de São José dos Campos e realizaram um ato e assembléia diante do anúncio da empresa de iniciar as férias coletivas a partir do dia 20/10. O protesto começou às 6h30 e foi até às 7h30. O protesto contou com o apoio da Conlutas, Intersindical e MST.
Manifestantes de diferentes organizações sociais e sindicais realizaram também na quinta-feira (16) um ato em repúdio à alta do preço dos alimentos e à volta da carestia. O manifesto aconteceu por volta das 10h no estacionamento do Hipermercado Carrefour, unidade da Vila Industrial, em São José dos Campos. O Carrefour foi escolhido por simbolizar os muitos grupos transnacionais que lucram com a centralização da comercialização dos alimentos, penalizando os trabalhadores e a população pobre. Após o ato, os manifestantes seguiram em passeata até o Hospital Municipal de São José dos Campos, em protesto contra o sucateamento e terceirização dos serviços públicos. Eram cerca de 150 pessoas representando a Conlutas, Intersindical, MST, Via Campesina, CMP, MUST, PSTU, PSOL, Associação Democrática dos Metalúrgicos (Admap), Associação de Ajuda Mútua e Solidariedade dos Trabalhadores da Construção Civil (Assam) e vários sindicatos da região. Na parte da tarde houve nova assembléia na GM e na Johnson & Johnson, além de um ato na Monsanto e ato na ocupação urbana Pinheirinho.
Rio de Janeiro
Diversos movimentos e organizações sociais realizaram nessa manhã de quinta uma atividade contra o aumento exorbitante do preço dos alimentos. O ato, denominado “Mulheres em luta pela soberania alimentar”, foi organizado centralmente pelo movimento feminista. O ponto alto da manifestação aconteceu em frente ao supermercados Sendas da Rua do Riachuelo. Os manifestantes pararam em frente a empresa e estenderam um longo tapete-painel lilás com frases de denúncia do sistema capitalista, estabelecendo a relação entre a alta dos preços dos alimentos e a imprescindível resistência das mulheres.
Entre as organizações apresentadas estavam a Central de Movimentos Populares, PACS, CAMTRA, Setorial de Mulheres do PSOL, Intersindical, Conlutas, Sepe, Marcha Mundial de Mulheres, Liberdade Lilás, mandato do Marcelo Freixo, Comissão Pastoral da Terra, Rede Jubileu Sul, DCEs da UFF, UFRJ e UERJ.
A atividade também defendeu a agroecologia como projeto político para alcançar a soberania alimentar, o reconhecimento e fortalecimento do trabalho produtivo das mulheres, a reforma urbana e agrária, o direito ao trabalho em condições dignas e bem remuneradas, entre outros pontos.
www.apn.org.br
Minas Gerais
Fábricas metalúrgicas tiveram as atividades paralisadas no sul de Minas e no norte do Estado. Também foi realizado um ato nesta quinta-feira (16) no centro da cidade com a presença de diversos movimentos, entre eles, MST, MP e Conlutas.
Rio Grande do Norte
A semana está sendo agitada no rio Grande do Norte. Na segunda-feira (13) diversas entidades se incorporam ao ato dos bancários em greve, em frente ao Banco do Brasil. Entre elas, a Conlutas, a Intersindical, o MST, o CP e diversos sindicatos. Na terça-feira ocorreu um debate sobre a criminalização dos movimentos e a soberania dos alimentos, e ainda houve o acampamento de três assentamentos do MST em frente ao INCRA com cerca de 200 pessoas que participaram do debate. Caminhadas e panfletagens também fizeram parte do calendário de lutas. Houve ocupação do prédio Cosevern – contra privatização e pela tarifa social de energia. O movimento conseguiu audiência com a empresa e um calendário de audiências na próxima semana.
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