As tarifas cobradas dos clientes continuam sendo excelente fonte de lucros para os bancos. De acordo com levantamento do Banco Central, as organizações financeiras faturaram R$ 28,5 bilhões com os serviços, apenas no primeiro semestre deste ano. O montante é 7,5% maior do que o alcançado nos primeiros seis meses de 2007.
Os ganhos cresceram mesmo com a nova regulamentação do Conselho Monetário Nacional (CMN), que impede, por exemplo, a cobrança da tarifa de abertura de crédito (TAC) e taxas mensais de manutenção de conta corrente. As regras não impediram que os lucros das instituições financeiras continuassem a crescer, pois muitos bancos aumentaram o valor dos pacotes básicos de serviços para burlar as normas do CMN.
O crescimento se deve também ao aumento dos juros, que passou de 37,3% para 39,4% ao ano, segundo pesquisa do BC.
Os lucros dos bancos aumentam na mesma proporção da ganância dos banqueiros, que apesar de cobrar altas tarifas não prestam um serviço de qualidade. Ao contrário, as agências sempre lotadas não oferecem segurança e conforto aos clientes.
Tarifas bancárias sobem até 200%
Desde que o Banco Central as regulamentou, há seis meses, as tarifas bancárias aumentaram em até 200%. A informação é da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Pro Teste), após análise do pacote padronizado de tarifas dos 12 maiores bancos em atividade no país.
Na conta básica do Safra, por exemplo, o consumidor pagava R$10,00 por todos os serviços incluídos no pacote padronizado e ainda tinha direito a 20 cheques, mais operações de DOC e TED sem limites. Hoje, com menos serviços, o custo é de R$ 28,00, um aumento de 180%. O Citibank cobra R$ 44,00 por um número menor de serviços, que antes custavam R$ 17,00, aumento de 159%. No Real, o reajuste foi ainda maior. Os serviços que custavam R$ 9,00, hoje saem por R$ 27,00, crescimento de 200%.
A prática é nociva aos interesses do cliente e vai de encontro ao objetivo do BC ao instituir o pacote padronizado de tarifas, que era regulamentar o setor, coibindo assim as cobranças abusivas no setor financeiro.
|