Apesar do avanço, Região ainda possui a maior taxa do País: 19,9%
RECIFE – O Nordeste possui a maior taxa de analfabetismo do Brasil: 19,9%, enquanto o índice nacional é 10%. Apesar disso, o Nordeste é a Região onde houve a maior redução na taxa de analfabetismo, passando de 32,7%, em 1992, para 19,9% em 2007, segundo a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio). Em todo o País, entre 2006 e 2007, o índice passou de 10,4% para 10,0%.
Em números isso representa cerca de 14,1 milhões de analfabetos com 15 anos ou mais, o que significa que um em cada dez brasileiros não sabe ler. Os índices recentes são os menores em 15 anos. Em 1992, 32,7% da população não sabiam ler e escrever um bilhete. De acordo com o Pnad, o Sul é a Região que tem o menor índice do País: 5,4%, a taxa é aproximadamente quatro vezes menor do que a nordestina.
Segundo a pesquisa, a Região Nordeste em 2007 também liderou o ranking dos analfabetos funcionais, pessoas com quatro anos ou menos de estudo e com dificuldades para se aperfeiçoar. A Região concentra 33,5% dessas pessoas, contra 15,9% no Sudeste. No total, 21,6% dos brasileiros com mais de 15 anos se enquadram nessa categoria.
A maior parte das pessoas que não sabe ler nem escrever tem 25 anos de idade ou mais (12,5%) e a minoria, entre 15 e 17 anos. A maior parte é de homens, um a cada dez, e entre as mulheres, a taxa é de 9,8%, metade do índice registrado há 15 anos.
Acesso a serviços básicos aumenta no Brasil
De acordo com a Pnad, serviços com energia e saneamento básico já chegam à maior parte da população
De forma geral, a qualidade de vida dos brasileiros está aumentando. O analfabetismo no País atingiu seu menor índice nos últimos anos, a população tem mais acesso à educação, à casa própria e a serviços básicos como saneamento e energia. Além disso, os brasileiros se comunicam mais, segundo a Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (Pnad), divulgada hoje pelo IBGE. Outro detalhe relevante é que um em cada cinco brasileiros possui internet em casa. Apesar dos avanços, o País ainda luta contra problemas antigos como o trabalho infantil, por exemplo.
Entre 2004 e 2007, a Pnad verificou reduções sucessivas no índice de Gini - taxa que mede a desigualdade de renda no País. A taxa, que era de 0,547, em 2004, passou para 0,543, em 2005, 0,540, em 2006 e 0,528, em 2007. Entre 2006 e 2007, no Norte houve estabilidade: 0,495 para 0,493. No Nordeste a concentração foi reduzidade 0,565 para 0,547, no Sudeste de 0,523 para 0,505 e no Sul de 0,502 para 0,494. O Centro-Oeste teve aumento de concentração, de 0,541 para 0,551.
Apesar de persistentes, as reduções tiveram baixo impacto. Em 2007, os 10% da população ocupada com os mais baixos rendimentos detiveram 1,1% do total dos rendimentos de trabalho, enquanto os 10% com os maiores rendimentos recebiam 43,2%, demonstrando que a concentração de rendimento ainda perdura.
Os dados da Pnad apontam que em 2007, 35,3% dos trabalhadores brasileiros tinham carteira de trabalho assinada, totalizando 32 milhões de pessoas. Em 2005, esse percentual era de 33,1%, tendo aumentado para 33,8% em 2006. As cinco grandes regiões apresentaram crescimento nesse indicador, com destaque para o Nordeste, que teve elevação de 8,5% no número de ocupados com carteira assinada - no Brasil, esse aumento foi de 6,1%.
Olevantamento registrou ainda que pela primeira vez, desde o início da década de 1990, metade dos trabalhadores contribuem para a Previdência Social. Ao todo, 46,1 milhões de trabalhadores contribuíam para o instituto de Previdência. Em relação a 2006, foi registrado um crescimento de 5,7% nesse contingente: de 48,8%, para 50,7% em 2007. Em todas as regiões foi registrado aumento de contribuintes para a Previdência Social, no entanto, o Nordeste possui o índice mais baixo: 32,1%. Já no Sudeste o percentual de contribuintes chega a 61,7%.
O rendimento médio real mensal das pessoas com mais de dez anos de ocupação também aumentou. Esse é o terceiro ano consecutivo de crescimento, e a renda média dos brasileiros com mais de uma década de ocupação chegou a R$ 956,00. O aumento real de 3,2% observado de 2006 para 2007, no entanto, foi inferior aos de 2005 para 2006 (7,2%) e de 2004 para 2005 (4,5%). Assim, o crescimento acumulado desde 2004 (R$ 827,00) foi de 15,7%.
Não é só nos aspectos econômicos que o País se desenvolve. Pela primeira vez, mais da metade dos domicílios dos 56,3 milhões de domicílios brasileiros têm acesso à rede de esgoto. Em 2007, 51,3% das casas estavam ligados à rede de tratamento, 2,4 milhões de unidades a mais que no ano anterior. A energia elétrica também já chega 98,2% das residências brasileiras. O Norte continua com a menor cobertura: 94,0% dos domicílios. No Sudeste e no Sul o fornecimento de energia elétrica só não atende a 0,2% e 0,5% dos domicílios, respectivamente.
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