Os números sugerem que é momento de comemorar os resultados, mas sem perder o foco no futuro
A fruticultura do Brasil e, em especial, a da região Nordeste vive um momento bastante favorável. O contínuo crescimento das exportações, cujo resultado verifica-se, desde 1999, com o sucessivo saldo positivo da balança comercial de frutas, e o aumento de renda do consumidor brasileiro, registrado nos últimos anos, sugerem um cenário promissor.
Atualmente, o Brasil é o terceiro maior produtor mundial de frutas, perdendo apenas para a China e para a Índia. Emprega mais de cinco milhões de pessoas na fruticultura e a expectativa é de que a geração de empregos acompanhe o crescimento da atividade.
O Nordeste, não só por possuir condições de clima e solo propícios, mas pelo crescente volume de investimentos, é hoje um grande centro produtor e exportador de frutas tropicais. De 2004 a 2007, a produção da Região recebeu um incremento de quase 50%, atingindo, no ano passado, 630 milhões de toneladas. Com relação ao Ceará, no mesmo período, as exportações saltaram de US$ 166 milhões para US$ 257 milhões, sendo o Porto do Pecém o principal terminal do País para a exportação de frutas secas. O valor das exportações cearenses representou, em 2007, 28% das exportações nacionais de frutas.
Ao entender a fruticultura como importante para o desenvolvimento, o BNB a estimula em duas frentes: financiando as atividades produtivas, e, por meio de seu Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), incentivando a realização de estudos e pesquisas em prol da atividade.
Para citar alguns números, de 2004 a 2008 o Banco contratou quase 70 mil operações destinadas à fruticultura, correspondentes a R$ 700 milhões em financiamentos. No Ceará, foram financiados, no período, cerca de R$ 90 milhões, ou seja, 12,7% dos recursos aplicados na Região.
Por meio do Fundo de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, o Banco apóia projetos de pesquisa e difusão tecnológica. Além disso, temos apoiado eventos como a Frutal, que tanto contribuem para o agronegócio nordestino. Ao completar 15 anos, a Frutal tem sua importância traduzida pelos resultados das 14 edições anteriores, com um grande volume de negócios e a realização de 141 cursos nas áreas de fruticultura e floricultura, agroindústria e gestão, que capacitaram 14 mil produtores.
Ações como essas evidenciam que o desenvolvimento da fruticultura do Nordeste não é uma casualidade. Ele é resultado de iniciativas que unem ação creditícia, estímulo à pesquisa, capacitação e iniciativa empresarial. Os números sugerem que é momento de comemorar os resultados, mas sem perder o foco no futuro. Afinal, o potencial da fruticultura da Região e o espírito empreendedor de nossa gente nos permitem afirmar que estamos apenas no começo.
Roberto Smith - Presidente do Banco do Nordeste do Brasil S/A
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