Evento conta com palestras de representantes do Governo Federal, do BNB e do Governo Estadual, entre outras
“O Nordeste tem desenvolvido e está acelerando a sua produtividade com relação à cana-de-açúcar, apresentando um aumento maior do que as taxas do País como um todo”. Foi através desta frase que o diretor da Representação Regional do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) no Nordeste, Ivon Fittipaldi, demonstrou todo o seu otimismo sobre a evolução da Região na produção da cana – matéria prima da qual 38% da composição pode ser aproveitada para o etanol. Ele informou que, em 2007, o Nordeste surge com o maior potencial de crescimento do Brasil, produzindo 12,5% a mais do que nos últimos anos, no que se refere ao setor. O etanol é muito utilizado como combustível (renovável) de motores.
A declaração de Fittipaldi vem confirmar, na prática, que a Região despontou com um percentual superior ao do País, que alcançou o pico de 6% no ano passado. A explanação do diretor foi feita, hoje, durante o Fórum Nordeste 2008 – Desafios e Oportunidades nos Setores de Biocombustível e Energias Limpas, uma iniciativa do Grupo EQM em parceria com o Sindaçucar-PE (Sindicato do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco) e a Greenfield Business Promotion. Temas como redes de conhecimento no agronegócio e a economia do Estado a partir das transformações estruturais em Suape foram abordados numa série de palestras iniciadas com a abertura do presidente do Grupo EQM, Eduardo Monteiro.
“Tivemos um aproveitamento excepcional do Fórum 2007, mas o sentimento é de que vamos ter a discussão muito mais ampliada com outros segmentos da produção. Estamos apostando que através deste encontro as agendas se renovem e tenhamos um debate qualificado sobre diversos temas”, ressaltou Monteiro. Especialistas no setor energético, líderes empresariais, parlamentares e secretários estaduais participaram do evento, que está na sua segunda edição.
Por volta das 13h30, o governador Eduardo Campos (PSB) fez uma avaliação do encontro. “Eu quero, de maneira muito sincera, elogiar essa iniciativa. A gente precisa mais disso, do olhar da sociedade, da proposição se colocando não só numa posição de reivindicação, mas, de uma forma madura, apontando caminhos para quem quer ouvir sugestões consistentes. Não é só aquela velha fórmula da sociedade reclamando e o Governo fazendo que anota o reclame”, salientou Campos.
De acordo com o socialista, a Região Nordeste está atuando unida pelo progresso local, ignorando as “dispersões nordestinas”. “Não foi um tempo bom quando os nordestinos se olhavam como concorrentes. Essa é a grande marca desta quadra brasileira e ela tem tudo a ver com o que estamos assistindo aqui”, complementou, recebendo aplausos calorosos.
Além do chefe do Executivo, também marcaram presença o presidente do Banco do Nordeste do Brasil, Roberto Smith, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Fernando Bezerra Coelho (PSB) e o presidente do Sindaçucar, Renato Cunha. “O Fórum é uma grande oportunidade para que a gente possa evoluir cientificamente, trazendo sempre essa agenda para o Nordeste. A inserção na agenda do biocombustível é uma oportunidade de negócios num ambiente fraterno e de discussão onde as pessoas vêm para aprender e trocar informações”, resumiu Cunha.
Também nortearam os debates a questão do etanol como fonte de energia do futuro e o Investment Grade, que consiste no grau de recomendação para investimentos estrangeiros, elaborado por agências de risco internacionais. Por conta do êxito obtido ainda no primeiro Fórum, o empresário Eduardo Monteiro resolveu tornar o encontro permanente.
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05/08/2008
