Após muita luta dos trabalhadores, a Febraban anunciou a criação do Programa de Capacitação Profissional e Inclusão de Pessoas com Deficiência no Setor Bancário, uma ação afirmativa integrante do Programa de Valorização da Diversidade lançado no mês de abril. O projeto foi apresentado durante Café da Manhã com Sustentabilidade, que ocorreu no último dia 2 de julho.
Segundo a Febraban, objetivo do projeto piloto é permitir o aprimoramento educacional ou mesmo oferecer o supletivo do ensino médio de modo a ser possível realizar a capacitação profissional das pessoas com deficiência para incluí-las no mercado de trabalho bancário. Presente no lançamento, a secretária de Políticas Sociais da Contraf/CUT, Arlene Montanari, considera o programa um avanço significativo, apesar de não ter sido debatido com a representação dos trabalhadores. "É uma iniciativa inédita vem ao encontro de reivindicações da categoria, que foi incluída na Minuta de Reivindicações da campanha salarial do ano passado e tem sido pauta das negociações da Mesa Temática há dois anos", destaca. "Essa pressão, associada às diversas denúncias de discriminação e falta de condições adequadas à pessoas com deficiência feitas pelos bancários, conseguiu fazer com que os bancos se mexam para cumprir a Lei 8213, em vigor há 17 anos", avalia.
Processo
Inicialmente, será realizado um projeto piloto com 529 vagas po pessoas com deficiência física, visual e auditiva a partir de 18 anos. Os selecionados que ainda não tiverem completado o ensino médio, farão um curso supletivo no Cursinho da Poli, com duração de 12 meses. Quem já tiver concluído o ensino médio (ou terminar o supletivo) será encaminhado para um curso de Aprimoramento Profissional na UniSant'Anna, com duração de 3 meses.
Os participantes receberão um salário de R$ 560 durante a capacitação, sendo contratados como "auxiliares bancários" com jornada de 4 horas. Durante esse período, freqüentará o local de trabalho uma vez por mês para se integrar à equipe e vice e versa. Após finalizadas as etapas, se desejar, será efetivado no banco, já enquadrado como bancário e com os benefícios da categoria. Participam do projeto os bancos Alfa, BICBanco, Bradesco, Citibank, Deutsche Bank, Ibi, Indusval, Itaú, Real, Safra, Santander, Unibanco, Votorantim e VR.
"A iniciativa é positiva, mas detectamos alguns problemas no programa, como a discriminação a quem tem deficiência intelectual em menor grau. Essa e outras questões estão sendo avaliadas e deverão ser pautadas em nossa próxima reunião da Mesa Temática de Igualdade de Oportunidades", afirma Arlene.
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