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Saiu na Imprensa |
08/07/2008 |
INPC já não reflete inflação para pobres, que foi de 1,29% em junho |
O Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-CI), calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) com base nas despesas das famílias com renda entre 1 e 2,5 salários mínimos, subiu 1,29% em junho. O dado foi divulgado nesta segunda-feira (7-7) pela FGV.
No primeiro semestre deste ano, o índice teve alta de 5,97% e nos 12 últimos meses subiu 9,11%. Embora recuando em relação ao mês passado, quando atingiu 1,38%, a evolução do IPC-CI confirma a impressão de que a inflação para a classe trabalhadora, sobretudo as categorias que recebem menos, é significativamente maior do que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que ainda serve de parâmetro para a definição do índice de reajuste reivindicado por muitas categorias nas negociações salariais em curso no país.
O INPC ficou em 6,64% nos últimos 12 meses terminados em maio, bem abaixo da elevação do custo de vida para os assalariados de menor renda. É compreensível, assim, a insatisfação de muitas categorias, como os rodoviários de Recife, com a correção dos salários pelo INPC, que na realidade não repõem as perdas impostas pela inflação.
Alimentação lidera
No mês passado, a maior contribuição para a alta em 12 meses do IPC-C1 foi do grupo Alimentação - que passou de 17,01% para 18,88%, elevando de 78% para 79%, o impacto do grupo sobre o resultado geral. Os itens que mais pesaram foram arroz branco (26,03% para 45,78%), feijão carioquinha (119,31% para 137,51%), batata-inglesa (2,32% para 19,39%) e carnes bovinas (32,87% para 44,13%).
Também contribuíram para a alta do IPC-C1 nos últimos 12 meses os grupos Habitação (2,05% para 2,32%), Saúde e Cuidados Pessoais (3,54% para 4,04%) e Vestuário (4,84% para 5,43%), com destaque para gás de bujão (3,15% para 5,01%), medicamentos em geral (3,55% para 4,02%) e roupas (3,44% para 4,64%).
Transportes
A taxa do grupo Transportes repetiu em junho, a taxa acumulada em 12 meses até maio, que foi de 2,52%. Contribuíram para a estabilidade da taxa os itens gasolina (-1,82% para -1,99%) e ônibus interurbano (3,06% para 3,34%).
Já os grupos Educação, Leitura e Recreação (5,04% para 4,79%) e Despesas Diversas (4,94% para 4,60%) registraram decréscimos nas taxas de 12 meses, com os itens material escolar (exclusive livros), recuando de 8,07% para 7,39% e alimento para animais domésticos (8,26% para 7,13%).
Para este mês, os entrevistados pelo BC esperam que o IPCA fique em 0,58%, contra os 0,55% projetados na medição anterior. Em relação aos demais indicadores, o relatório mostra que as estimativas também cresceram. No caso do IGP-M, passaram de 0,95% para 1,25%, do IGP-DI saiu de 1% para 1,10% e para o IPC da Fipes passou de 0,42% para 0,55%.
Salário mínimo
Recente pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) também indica que o aumento real do salário mínimo neste ano já foi corroído pela inflação. O custo da cesta básica aumentou em 14 das 16 capitais pesquisadas em junho e os aumentos acumulados em 12 meses (julho de 2007 a junho de 2008) são “bastante superiores” ao reajuste do mínimo, que ficou em 9,21%.
De acordo com as informações do Dieese, a inflação da cesta básica acumulada em 12 meses foi de 51,85% em Natal, 45,02% em João Pessoa e 44,92% em Recife. Apesar de liderarem o ranking da cesta básica mais cara, Porto Alegre (27,24%) e São Paulo (30,83%), tiveram as menores variações. Isto significa que está em curso uma tendência à depreciação do valor real do salário mínimo, que só poderá ser evitada como uma correção pautada por um índice que reflita melhor a evolução do custo de vida para as famílias mais pobres, acrescida de um aumento real com base no crescimento do PIB e da produtividade do trabalho. O INPC subestima a carestia e não evita a perversa acumulação de perdas salariais.
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| Fonte: Portal CTB |
| Link: http://portalctb.org.br/site/ |
| Última atualização: 08/07/2008 às 14:40:00 |
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