Recursos são 76,5% superiores aos R$ 3,36 bi registrados no primeiro semestre de 2007, na região atendida pelo BNB
Com uma nova política de concessão de crédito, mais preocupado com a rentabilidade e a sustentabilidade financeiras e com foco maior nas operações de longo prazo e de grandes financiamentos, a diretoria do Banco do Nordeste (BNB) apresentou ontem, os resultados operacionais do primeiro semestre de 2008 da instituição. Nesse período, o banco contratou R$ 5,93 bilhões em operações, montante 76,5% superior aos R$ 3,36 bilhões registrados no primeiro semestre de 2007, na área de sua atuação.
De janeiro a junho último, as aplicações do Fundo Constitucional do Nordeste (FNE) também cresceram 69,9%, e somaram R$ 3,49 bilhões, contra R$ 2 bilhões anotados em igual período do ano passado, em todo o Nordeste. Em contrapartida, no mesmo período em análise, a quantidade de operações contratadas recuou, no geral, 1,6%, registrando retrações de 39,5% nas operações de longo prazo, de 30% nas do FNE, de 42,2% nas do Pronaf e até de 27,2, nas operações de recuperação de crédito.
Mais concentradas em valores e reduzidas em quantidades, as contratações globais no intervalo de 12 meses, de julho/2007 a junho/2008, somam R$ 10 bilhões, distribuídos em 1,62 milhão de operações; sendo R$ 5,7 bilhões, com recursos do FNE. Do total, R$ 4,3 bilhões foram aplicados em contratos de longo prazo, envolvendo financiamentos rurais (R$ 1 bilhão), de infra-estrutura (R$ 901,8 milhões), industrial (R$ 812,6 milhões), no setor de comércio e serviços (597,3 milhões) e R$ 148,3 milhões, no segmento agroindustrial, da região.
Mais pulverizadas, as operações de microcrédito orientado (Crediamigo) também evoluíram 20,5%, saltando de 376,2 mil no primeiro semestre de 2007, para 453,5 mil, nos primeiros seis meses deste ano. Já as destinadas ao Pronaf, amargaram retração provocada de 39,3%, recuando de R$ 623,5 milhões, para R$ 378,8 milhões, na comparação entre os dois períodos.
Segundo o presidente do BNB, Roberto Smith, o banco realizou algumas operações de valores expressivos voltadas para a infra-estrutura da Região e foi marcado por grandes financiamentos, mas também houve avanços importantes nas contratações para micro e pequenas empresas.
No Ceará
Na esteira do incremento das operações de credito na região atendida pelo banco, a Superintendência do BNB no Ceará ampliou o número de contratações em 60,77%, somando R$ 1,08 milhão, em 192.396 operações de crédito realizadas no primeiro semestre de 2008. ´Esse montante já supera, em seis meses, o R$ 1,02 milhão contratados no Estado, durante todo o ano de 2007´, contabiliza o superintendente do BNB no Estado, Isidro Siqueira.
Conforme o relatório apresentado, a meta de aplicação de R$ 901,7 milhões de recursos do FNE para 2008, no Ceará, já está com 77% realizada, o correspondente a R$ 694,1 milhões contratados, através de 29,6 operações fechadas. A carteira de crédito para pequenas e micros empresas conta com 60,31%, dos R$ 147,2 milhões previstos para este ano, ou seja, com R$ 88,8 milhões, já contratados, em 5.094 operações.
´Nosso maior desafio para este ano será aplicar R$ 500 milhões no comércio´, sinalizou Siqueira.
AGRICULTURA Inadimplência no Pronaf cresce 13% e gera nova metodologia
Com inadimplência de 13% no Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf B), a diretoria do BNB está mudando a metodologia de investimentos e de concessão de crédito para micro, pequenas, médias e grandes empresas. Conforme antecipou com exclusividade o Diário do Nordeste, em 18 de abril último, haverá alteração das taxas de juros e prazos dos financiamentos, a forma e os critérios de concessão, de operacionalização, de acompanhamento e, sobretudo, a forma de cobrança. Segundo o presidente do BNB, Roberto Smith, o Pronaf vai adotar o modelo do Crediamigo, um outro programa de crédito popular, mais criterioso. De acordo com ele, no Estado, as aplicações no Pronaf giram em torno de R$ 700 milhões, sendo cerca de 10%, ou R$ 70 milhões, aplicados no Pronaf B. ´No Ceará, a inadimplência gira em torno de R$ 8 milhões, o que pode ser recuperado até o fim do ano´, aposta Smith. Conforme disse, ´enquanto no Pronaf B a inadimplência é de 13%, no Agroamigo, é de 6%, no Crediamigo é de apenas 1%´, justifica.
Para minimizar o problema da inadimplência, o banco será mais seletivo na concessão do crédito e passará a adotar a securitização dos financiamentos, como ferramenta de segurança para garantir o retorno dos recursos. Fonte: http://diariodonordeste.globo.com/caderno.asp?codigo=13&CodigoEd== |