Rio. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estuda mudanças em suas regras de financiamento, como a substituição da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP, atualmente em 6,25%) por uma cesta de moedas ou pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O presidente da instituição, Luciano Coutinho, afirmou que essa mudança poderia ser feita em alguns empréstimos, como os de menor porte. Segundo ele, não se trata de uma simples troca da TJLP como indexador dos financiamentos. ´É uma matéria que estamos estudando também (substituição da TJLP), mas jamais faremos qualquer mudança que crie insegurança nos contratos já realizados. Nós não vamos produzir nenhuma incerteza ou insegurança sobre contrato já feito. Se mudarmos a regra, faremos isso de uma maneira muito cuidadosa, apenas para ter um outro tipo de regra que seja melhor do que hoje´, afirmou Coutinho. Durante o seminário ´Financiamento de Longo Prazo e Bancos de Desenvolvimento´, realizado na sede do BNDES, no centro do Rio, Coutinho alegou que a substituição da TJLP ´é apenas uma idéia muito especulativa, um debate acadêmico´.
Presente ao evento, o ex-presidente do Banco Central e sócio da Gávea Investimentos, Armínio Fraga, defendeu que o BNDES comece a utilizar outras formas de cobrança em seus empréstimos, extinguindo aos poucos a TJLP. ´Não sou fã da TJLP. Penso que isso deve ser repensado´, afirmou Fraga. A TJLP é mais baixa do que taxas de mercado. É possível, para o BNDES, utilizá-la para remunerar suas operações porque usa recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) como sua principal fonte. ´São recursos públicos e vale a pena um debate´, acrescentou o ex-presidente do BC. Fraga também defendeu que o BNDES faça co-financiamentos com o setor privado, pois, conforme ele, ´a demanda por investimento tende a crescer muito. Não vai dar para todo mundo´.
Fonte: http://diariodonordeste.globo.com/caderno.asp?codigo=13&CodigoEd== |