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Saiu na Imprensa

  17/06/2008 

Proposta de manifesto para ser discutido na base e votado no ELAC

AOS TRABALHADORES E AOS POVOS DA AMERICA LATINA E CARIBE

O capitalismo na fase aguda do imperialismo, para aumentar sua taxa de lucros, tem atacado cada vez mais a classe trabalhadora latino-americana e caribenha.

O saque das riquezas naturais para sustentar o crescimento econômico capitalista é brutal e escancarado. Dilapidam nossas riquezas, em detrimento da vida da população. Um solo rico se tornando pobre, juntamente com seu povo. Assistimos a extração desvairada das riquezas, o ataque à biodiversidade, o crescimento do agronegócio, que por onde passa deixa um rastro de miséria e sangue. Expulsa nossa gente do campo, fazendo com que vagueie pelas cidades na amargura do desemprego. As riquezas minerais são privatizadas e entregues às transnacionais. Ocorre a degradação total do meio ambiente, destruição de florestas, rios, mares e ares. O flagelo da fome ameaça a humanidade na criada crise dos alimentos.     

No capitalismo o que deveria ser um bem comum, passa a ser bem para poucos.

A mão de obra barata é explorada de forma escandalosa. Além de extremamente desvalorizada, o capital ainda impõe retirada dos parcos direitos outrora conquistados.  O imperialismo e seus sócios menores, a burguesia nacional, exige, e os governos subservientes aplicam as reformas neoliberais. Praticamente impedem que os trabalhadores possam se aposentar, aumentando o tempo de serviço, através de reformas previdenciárias. A flexibilização das leis trabalhistas, torna o trabalho precário, acaba com a regulamentação da jornada de trabalho. Em vários países o que predomina são contratos por tempo determinado, uma parte grande da classe, vivem do trabalho informal. São formas que utiliza o capitalismo para aumentar a exploração Na reforma universitária buscam transformar nossa juventude em mão de obra para consumo imediato. Países inteiros são transformados em plataforma de exportação, com um regime de trabalho análogo a escravidão. 

Os trabalhadores têm deixado seu suor e sua saúde na linha de produção, devido aos ritmos alucinados de trabalho. São índices alarmantes de operários com seqüelas de doenças profissionais. No campo, não raro assistimos a morte de trabalhadores, muitas vezes estafados nas tarefas extenuantes das lavouras do agronegocio. Outras vezes, em luta por um pedaço de chão onde possa viver e criar seus filhos com dignidade. 

Os traços culturais de nossa gente são ultrajados, pois o capital não reconhece nossa diversidade de nacionalidades. Na visão imperialista, somos apenas uma massa uniforme de exploração exponencial.

Os trabalhadores e o povo são explorados e oprimidos como classe. Nesta exploração e opressão, para garantir seus lucros o capitalismo utiliza profundamente a opressão racial, de gênero e de povos originários. 

A dívida externa e interna, claramente imoral e impagável, sufoca financeiramente a região, impedindo seu desenvolvimento econômico. 

Os governos de turno são cúmplices desta situação, pois são os responsáveis pela aplicação dos planos ditados pelos organismos financeiros internacionais. São representantes locais e diretos do imperialismo, seja norte americano, europeu ou japonês.  Alguns que se apresentam como “progressistas” como Lula, só fazem enganar os trabalhadores para melhor servir ao capital. Tiram dos trabalhadores o direito ao emprego, retiram a terra dos camponeses. Diminuem as obrigações do estado para a população pobre, com a privatização do serviço público e a terceirização do funcionalismo, na chamada diminuição do estado, ou estado mínimo. O estado se torna mínimo para os pobres e máximo para os ricos. 

A aplicação das chamadas políticas compensatórias, como o “bolsa família” no Brasil, são propostas do Banco Mundial, para conter uma possível explosão social. São migalhas que caiem das mesas fartas dos ricos, para eternizar a miséria.

Mas, apesar dos ataques e por causa deles, a aplicação dos planos imperialistas, não tem se dado em um manso lago azul. Nossa gente resiste heroicamente. A classe trabalhadora e o povo encontram as mais diversas formas de enfrentamento. São exemplos de luta os professores de Neuquem e Santa Cruz na Argentina e Oaxaca no México. Os mineiros da Bolívia, Peru e Chile. Os operários da construção civil do Brasil e siderúrgicos da Sidor na Venezuela. Ou os camponeses no Peru e Paraguai, os funcionários públicos do Uruguai. O povo haitiano na resistência contra a ocupação e as grandes manifestações contra o TLC na Costa Rica. Por outro lado, frequentemente as mobilizações são traídas pelas direções constituídas e tradicionais, que a muito abandonaram a luta, não respondem mais aos anseios da classe. São velhas direções burocratizadas, que se encastelaram nas maquinas sindicais, tornando se ferramentas que já não servem mais, fazem parte do aparato da dominação capitalista. São agentes da patronal no seio da classe trabalhadora. As lutas são atomizadas, sem a necessária unificação; em cada país ou em cada categoria as mobilizações acontecem isoladamente. Porém, são lutas muitas vezes radicalizadas, de muita valentia. Numa demonstração cabal da falta de uma direção conseqüente, que possa unificar as mobilizações. Faz se premente construir novas ferramentas de luta. 

A juventude estudantil, com mobilizações multitudinarias, tem protagonizado memoráveis lutas. São estudantes universitários e secundaristas que ocupam ruas, praças, campus e reitorias exigindo melhorias na qualidade de ensino.

Na tentativa de conter as lutas, os governantes têm atacado brutalmente os trabalhadores e a juventude. Usam da força policial e de todo o aparato repressivo do estado. Quantas vezes o solo de nossa terra, foi manchado com sangue de nossa gente, através das armas oficias ou paramilitares. Outras vezes nossos ativistas são levados às barras dos tribunais ou aos cárceres, numa tentativa de criminalizar os movimentos reivindicatórios e de resistência. Procuram desmoralizar, tentando transformar em criminosos aqueles que têm a coragem e a ousadia de lutar em defesa da classe trabalhadora. 

Para melhor garantir a exploração das riquezas e da mão de obra barata, o imperialismo está militarizando nosso continente. Em alguns países, com implantação de bases militares americanas. No Haiti, disfarçado com o falso manto democrático da ONU, usam de tropas latinas, aproveitando da própria latinidade para melhor reprimir, escondido na falácia de ajuda humanitária. A intervenção econômica, política e militar das potencias imperialista na vida nacional dos paises do continente, é tão acintosa, que podemos afirmar que não existe mais soberania nos paises da América Latina e Caribe.  

Temos a compreensão e o entendimento, que para acabar com a exploração e a miséria que angustia nosso povo, se faz necessário proclamar uma segunda independência continental. Uma independência verdadeira, que liberte a classe trabalhadora do jugo do capital. Que transforme a América Latina e o Caribe em um território livre de opressão e exploração. Que faça de nossa gente, um povo soberano. Rumo construção de uma sociedade igualitária, uma sociedade socialista.

Não existe um caminho intermediário: para romper com o imperialismo é preciso romper com o capitalismo e avançar para o socialismo com a expropriação das multinacionais e a ruptura com o pagamento das dívidas com os banqueiros. 

Por tudo isso, o ELAC chama a unidade de todos os lutadores do continente, para resistir aos ataques do capital, seja ele imperialista ou nacional. Chama a integração na luta, das entidades que são protagonistas destes enfrentamentos, na cidade ou no campo. Este encontro inicia a construção de uma coordenação latina americana e caribenha de trabalhadores, que busque a unificação das lutas dos trabalhadores e da juventude deste imenso território. Uma coordenação que seja democrática, classista e combativa, pois somente assim poderá responder as necessidades que o fulgor da luta impõe. 

Somos muitas vozes, uma só luta, um só povo. 

- Contra as reformas neoliberais;

- Pela nacionalização sem indenização, sob controle dos trabalhadores, dos recursos naturais na América latina e Caribe (hidrocarbonetos, metais preciosos, ferro, água, biodiversidade e outros).

- Contra as privatizações dos serviços públicos, educação, saúde, previdência social, empresas estatais, etc.

- Pelo não pagamento das dividas externas e internas;

- Contra os TLC (tratados de livre comercio) na América Latina e caribe;

- Por emprego e salário dignos para todos;

- Por uma reforma agrária sob o controle dos trabalhadores.

- Contra a criminalização dos movimentos sócias; abaixo a repressão das lutas e organizações dos trabalhadores;

- Pela autonomia e liberdade sindical.

- Fora as tropas estrangeiras do Haiti;

- Pela autonomia e liberdade sindical

- Fora o imperialismo da América Latina e Caribe; 

- Por uma segunda independência, verdadeira e soberana. 

- Abaixo todas as formas de exploração e opressão contra os trabalhadores;

- Contra a discriminação dos povos originários.

- Contra a discriminação das mulheres, negros e homossexuais. 
 

 Fonte: http://www.conlutas.org.br/

  
 

Última atualização: 17/06/2008 às 13:45:00
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