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Saiu na Imprensa

  12/06/2008 

Pico da inflação não justifica política de elevação de juros do BC

O pico da inflação ao consumidor brasileiro ocorreu em maio e a tendência é de desaceleração a partir de agora.  A possibilidade de o Banco Central (BC) usar estes índices para justificar o anunciado ciclo de aumento dos juros, portanto, não se justifica. Há motivos para combatê-la, já que as causas desta alta infacionária têm a ver com fatores externos.
O ritmo de desaceleração tende a ser mais lento que o anteriormente estimado, já que tanto os dados do mês passado como do início deste mês surpreenderam para cima, devido a uma pressão mais resistente dos alimentos.
 
No atacado, a história é outra. O ápice dos preços pode ainda não ter ocorrido, já que além dos alimentos, esses índices sofrem o impacto dos metais e da energia, que além de ter um efeito direto e imediato, ainda se espalha pela cadeia.
 
Entre os dados de inflação divulgados na quarta-feira (11), o destaque foi o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), com alta de 0,79% em maio, a maior taxa para meses de maio desde 1996 e a maior leitura mensal desde abril de 2005.
 
Ritmo menor
 
Outro índice de varejo, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de São Pulo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) acelerou a alta para 1,30% na primeira quadrissemana de junho, contra 1,23% na abertura de maio.
 
Tanto no IPCA, quanto no IPC da Fipe, a surpresa veio de uma alta maior que a esperada dos preços dos alimentos. No IPCA, os alimentos contribuíram com 54% da taxa de maio, enquanto dos sete grupos do IPC-Fipe, seis diminuíram a alta e apenas alimentação subiu em ritmo maior.
 
Conjuntura mundial
 
Já no Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) acelerou para 1,97% na primeira prévia de junho, superando a elevação de 1,36% em igual período de maio. Os IGPs tiveram o impacto de uma nova rodada de aumentos de metais e tem também os combustíveis pressionando bastante, com o aumento doméstico e o petróleo recorde.
 
O IGP-M mostrou que outros itens tiveram fortes variações, como os produtos industriais no atacado. Os principais aumentos individuais de preços no atacado foram de minério de ferro, óleo diesel, bovinos, arroz em casca e aço semi-acabado ao carbono. Como se vê, são pressão inflacionária dos alimentos, ao que tudo indica, resulta de fatores da conjuntura mundial.
 
Resultado positivo
 
Mesmo com estes índice, a inflação brasileira está abaixo da média mundial. O governo espera terminar o ano com inflação de 4,5% — a média mundial subiu, em 12 meses, de 3,5% para 5,5%. Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, "praticamente todos os países emergentes importantes estão com a inflação acima da meta. O Brasil está abaixo e, portanto, dentro do plano de metas".
 
O ministro acredita que a economia brasileira está tendo resultado positivo apesar dos problemas da economia internacional que, segundo ele, é causada pela crise de subprime e por um "choque de commodities, que produz a inflação mundial". A possibilidade de o Banco Central (BC) usar estes índices para justificar o anunciado ciclo de aumento dos juros, portanto, precisa ser combatida.
 
Investimentos do passado
 
A Confederação Nacional da Indústria (CNI), por exemplo, divulgou um estudo recentemente segundo o qual não existe pressão inflacionária significativa resultante da relação entre oferta e demanda da indústria brasileira.
 
A afirmação está baseada em pesquisa que a utilização da capacidade instalada do setor, que ficou em 83,2% em abril, próximo do patamar de março, de 83,1%. "A intensificação da atividade industrial não veio acompanhada de expansões adicionais significativas sobre a utilização da capacidade instalada", disse a entidade em nota.
 
Ao comentar o dado, o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) observou que o indicador vem apontando estabilidade em torno de 83% desde setembro de 2007. "Dado que ao lado dessa utilização as horas trabalhadas na indústria e o índice de emprego vêm logrando bons resultados, pode-se afirmar que a economia está colhendo hoje os resultados dos investimentos realizados no ano passado e início desse ano", disse o Iedi em nota.
 
Taxa de crescimento
 
Mantega também disse na terça-feira (10) que o crescimento de 5,8% no Produto Interno Bruto (PIB) verificado no primeiro trimestre, em relação aos três primeiros meses do ano passado, mostram que a economia está caminhando para uma situação de maior equilíbrio entre a oferta e a demanda.
 
"Não sei quanto tempo vai durar o aumento de juros do Banco Central. Continuo trabalhando no sentido de manter essa mesma taxa de crescimento, que eu acredito que se verificará em 2008 também para 2009. É perfeitamente factível com a continuidade dos investimentos, a continuidade da demanda que nós continuaremos crescendo 5% em 2009 e também em 2010", afirmou.
 
Empresários investindo
 
"Haverá uma pressão menor de demanda. Essa desaceleração consolida uma demanda ainda robusta. Não quer dizer que a demanda caiu, apenas perdeu uma parte do seu ímpeto, desacelerou e caminha mais próxima da oferta. Portanto afasta problemas inflacionários", explicou o ministro. "O crescimento ocorreu de forma mais equilibrada. Há uma convergência maior entre a demanda, que é o consumo das famílias, e a oferta", disse.
 
Mantega também disse que o investimento continuou robusto. “Estamos com mais de 15% de investimento no primeiro trimestre, o que significa que os empresários continuam investindo, continuam apostando no futuro do país e aumentando a oferta", comentou.
 

Fonte: http://portalctb.org.br/site/

Última atualização: 12/06/2008 às 15:52:00
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