A mobilização precisa ser permanente e inteligente. A inteligência não é apenas política. A partir da década de 60, duas instituições foram fundamentais para formar os nossos elaboradores: o Banco do Nordeste e a UFC. O BNB era a grande escola de gestão e do pensamento econômico do Ceará. O contribuinte pagou, e bem, os estudos de toda uma geração que acabou dando uma grande contribuição ao Ceará e ao Nordeste. Essa geração amadureceu. O problema é que não há substitutos. Não há mais uma instituição para formar uma elite do pensamento econômico e do planejamento. Esse é um gargalo a se resolver. Peguemos o caso de Minas Gerais. O Estado copia ações administrativas do Ceará e vai mais além. Minas possui duas fundações que formam os quadros de gestores que vão para a iniciativa privada e para o setor público do Estado. São as fundações Dom Cabral e João Pinheiro. Esta última é uma entidade do Governo mineiro, “voltada para projetos de pesquisa aplicada, consultorias, recursos humanos e ações de apoio técnico ao sistema de Planejamento e demais sistemas operacionais de Minas, nas áreas da administração pública e privada, economia, estudos históricos, culturais, municipais e político-sociais”.
A BOA PAUTA E O PASSO QUE SE IMPÕE
Está aí uma boa pauta para a conversa entre os representantes das entidades empresariais e o governador. Que tal o Ceará implantar uma fundação devotada à formação de quadros gestores para o setor público e privado? A articulação poderia envolver a iniciativa privada (através das entidades), UFC, o BNB e o Governo. O processo de desenvolvimento precisa de líderes bem capacitados. Quando foi fazer o Plameg I, Virgílio Távora contratou o economista Hélio Beltrão, oriundo da Fundação Getúlio Vargas. Depois, o BNB e a UFC cumpriram papéis fundamentais na formação da elite técnica. Agora há um vácuo a ser preenchido. Nossa economia cresce, mas estamos sendo obrigados a importar executivos. Hoje, não os temos. Não o temos porque não há uma escola de formação. Em tempo: a Coluna Vertical S.A noticia na edição de hoje que o Governo do Estado contratou um grupo de técnicos da FGV para fazer a gestão e acompanhamento dos principais projetos e obras do Governo.
Fonte: http://www.opovo.com.br/opovo/colunas/politica/ |