A Via Campesina e integrantes da Assembléia Popular começaram hoje uma jornada contra os problemas causados pela ação de grandes empresas no Brasil. Essa jornada é uma série de protestos contra o oligopólio de empresas, sobretudo as estrangeiras, que recebem benefícios através da política econômica neoliberal e do modelo do agronegócio. As manifestações aconteceram em Pernambuco, São Paulo, Ceará, Paraíba, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul. A jornada reivindica uma série de problemas que essas empresas trazem a agricultura do país.
Manifestantes no Ceará se reuniram no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, localizado no município de São Gonçalo do Amarante, a 60km da capital Fortaleza. Cerca de 1300 militantes do Movimento Atingidos por Barragens (MAB) e da Via Campesina ocuparam o complexo.
No Paraná, cerca de 300 agricultores estão acampados na hidrelétrica de Salto Santiago, em protesto contra a transnacional Suez-Tractebel proprietária da barragem. Na manhã desta terça-feira (10) outra transnacional foi alvo de protestos em Rio Grande do Sul, a empresa de alimentos Bunge é denunciada por definir preços pagos pelos trabalhadores nos supermercados.
Em Rondônia, os militantes protestaram em defesa da Amazônia e contra o Agronegócio. Centenas de militantes do MAB e Via Campesina trancaram, no início desta ma manhã, a BR 364, em Candeias do Jamari, a 20 Km de Porto Velho/RO, no trecho que liga Porto Velho a Cuiabá. A rodovia é o principal caminho para o escoamento da soja produzida no Mato Grosso. A polícia militar e a polícia rodoviária federal estavam no local e tentam desobstruir a pista. Usam da força e intimidam os militantes.
Na Bahia, cerca de 700 pessoas, ocupam a principal sala de operação da Barragem de Sobradinho, no rio São Francisco. No contexto da jornada contra o agro e o hidronegócio, pela afirmação de uma política alimentar, protestam contra a transposição do São Francisco e novas barragens no seu leito.
A Via Campesina defende a construção de um modelo agrícola e hídrico, com base na agricultura camponesa e é a favor de que a agricultura brasileira seja controlada por brasileiros.
Fonte: http://www.adital.org.br/site/index.asp?lang=PT |