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Saiu na Imprensa

  10/06/2008 

Política econômica na contramão do desenvolvimento

As autoridades econômicas do governo parecem ter fechado questão em torno do apoio à política de elevação da taxa básica de juros adotado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Centra, que na semana passada decidiu por unanimidade aumentar em mais 0,5%, para 12,25%, a taxa Selic.
 
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, apesar da fama de “desenvolvimentista”, resolveu externar sua concordância com o argumento levantado pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, de que a elevação dos juros foi necessária para manter a inflação sob controle no país.
 
Dívida cresce
 
A posição predominante no governo não conta com o apoio dos movimentos sociais e dos críticos do neoliberalismo. Afinal, o Brasil mantém o pouco honroso título de campeão mundial dos juros altos e há um amplo consenso na sociedade de que esta posição pode comprometer a retomada do crescimento econômico  e frustrar a perspectiva de desenvolvimento sustentado.
 
Os impactos da alta dos juros na economia não são nada agradáveis. Em primeiro lugar, os juros altos desestimulam o consumo e os investimentos, reduzindo o potencial de crescimento. Ao mesmo tempo, provocam o crescimento do estoque da dívida pública e da relação dívida/PIB.
 
Conforme o jornalista Luiz Nassif, especializado em economia, a alta de 0,5% na taxa Selic resultará num, aumento de 0,2% na relação dívida/PIB. Se a taxa fosse mantida em 12% até o final do ano a dívida fecharia 2008 equivalendo a 40,9% do PIB; a alta da semana passada vai elevar esta relação a 41,1%.
 
Se a taxa fosse mantida em 11,25%, patamar em que estava quando o BC iniciou a trajetória de alta, a dívida ficaria em 40,5% do PIB, de forma que “o ciclo de alta dos juros vai elevar a dívida pública em aproximadamente 0,6% do PIB em 2008”, na avaliação do economista Bráulio Borges, da LAC, entrevistado por Nassif.
 
Círculo vicioso
 
“Ano após ano tem se repetido esse círculo vicioso”, comenta Nassif. “Com juros altos, permite-se uma apreciação exagerada do câmbio. Depois, segue-se uma crise cambial que faz explodir o câmbio, recompondo o equilíbrio externo. Mas como volta a inflação, segue-se nova temporada de juros altos para conter a alta de preços. Depois, se reduzem os juros lentamente, permitindo nova apreciação do real.
 

“Há várias maneiras de impedir essa sina. Uma delas é substituir a elevação dos juros por aumento no depósito compulsório dos bancos – a retenção que o Banco Central pode fazer sobre os depósitos bancários visando controlar a liquidez. Pode-se definir tempo de permanência para afastar o capital especulativo.
 

“Mas as forças do mercado são superiores aos interesses do país”, conclui o jornalista. A mobilização popular pode mudar esta lógica. Neste sentido, é preciso não medir esforços para garantir o êxito da manifestação convocada para Brasília, dia 19, pela Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), frente ao Banco Central, sob a bandeira “Menos juros, mais desenvolvimento”. A CTB deve participar ativamente desta mobilização.
 
 
 Fonte: http://portalctb.org.br/site/

Última atualização: 10/06/2008 às 14:30:00
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