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Para celebrar o mês de março e a luta das mulheres de todo o mundo, com foco no dia 8, a AFBNB irá publicar nas próximas semanas matérias e informações relevantes sobre os desafios, as personagens e as conquistas históricas das mulheres ao longo dos anos. Neste 5 de março celebramos o nascimento de uma das mais importantes líderes marxistas da Alemanha e que até hoje é inspiração para mulheres de luta em todo o mundo: Rosa Luxemburgo, nascida em 1871. Sobre Rosa e sua história leia o texto abaixo:
A mais nova de 5 filhos duma família judaica de classe média, Rosa Luxemburgo passou a interessar-se por política, desde muito jovem. Em 1889, deixou a Polónia e foi para Zurique (Suíça), onde estudou ciências naturais e economia política.
Em 1898, casou-se com um trabalhador alemão, Gustavo Lubeck, adquirindo a cidadania alemã. Foi viver para Berlim, onde se filiou no Partido Social-Democrata alemão, na ocasião a mais importante organização do socialismo internacional de todo o planeta.
Nos anos que antecederam a Primeira Guerra Mundial, Rosa Luxemburgo adotou posições ideológicas firmes, defendendo uma greve geral como catalisadora que radicalizaria a ação dos trabalhadores e daria lugar a uma revolução socialista internacional.
Ela e os companheiros da ala esquerda do SPD opuseram-se à participação da Alemanha na Primeira Guerra Mundial, vendo-a como um conflito imperialista que de modo algum beneficiaria a população. Esta postura afastou-a da liderança do partido.
Em dezembro de 1914, Luxemburgo e o socialista alemão, Karl Liebknecht, formaram a Liga Spartaquista, em homenagem a Spartacus (escravo que, em 73 a.C., liderou uma rebelião de 78 escravos que escaparam da escola de gladiadores, em Capua, e lutaram contra a classe dirigente romana durante 2 anos comandando 90 mil homens).
Como sua enérgica porta-voz, Rosa Luxemburgo publicou um livro, em 1916, “A crise na Social-Democracia alemã” em que acusou a social-democracia de ter traído a classe operária alemã por defender um esforço de guerra de cunho essencialmente capitalista e imperialista. A única solução para a crise, acreditava Luxemburgo, era uma revolução internacional de classe.
Após uma manifestação espartaquista contra a Guerra, em maio de 1916, Rosa Luxemburgo foi presa. Depois da sua libertação, em novembro de 1918, começou a transformar a Liga Spartaquista no Partido Comunista da Alemanha (KPD).
No mês de janeiro de 1919, os spartaquistas reuniram-se, em Berlim, para desencadear uma rebelião contra o governo de Von Baden e Friedrich Ebert (líder do SPD). Rosa Luxemburgo juntou-se a eles relutantemente, instando-os a não iniciar a insurreição sem conseguirem um suficiente apoio popular.
Texto originalmente publicado no site esquerda.net
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