Nesta terça-feira (24), Dia dos Aposentados e da Previdência Social, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco participou do ato de resistência contra a reforma da Previdência. O protesto foi convocado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT-PE) e contou com a adesão de diversas categorias e movimentos sociais.
A atividade foi realizada em frente à Superintendência do INSS, localizada avenida Dantas Barreto, no centro do Recife. Na ocasião, em contraponto à propaganda de massa feita pelo governo ilegítimo do presidente Michel Temer, panfletos com esclarecimentos sobre os impactos negativos da reforma da Previdência foram distribuídos para a população.
A presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues, esteve presente no ato e denunciou os critérios de aposentadoria propostos pelo presidente ilegítimo Michel Temer, como o tempo de contribuição necessário para concessão da aposentadoria integral. “A grande maioria dos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil não vão conseguir se aposentar, porque vão morrer antes de obter o benefício. Ninguém trabalha consecutivamente por 49 anos. Esse governo veio para acabar com a classe trabalhadora. Essa reforma só vai dar poder ao capital e favorecer os ricos desse país, que é isso que temos visto ao longo dos seis meses desse governo golpista”, denunciou.
A proposta de reforma da Previdência, que aguarda votação no Congresso Nacional, determina que a idade mínima para aposentadoria será de 65 anos para homens e mulheres. Além disso, com o tempo de contribuição mínimo de 25 anos, o trabalhador não terá direito à aposentadoria integral. Só após 49 anos de contribuição e 65 anos de idade seria possível atingir os 100% do benefício.
O advogado previdenciário Ney Araújo, representando o Instituto dos Advogados Previdenciários, alertou para a situação das categorias que têm direito à aposentadoria especial, como é o caso dos metalúrgicos. “Com a reforma, para conseguir aposentadoria especial será preciso ter 55 anos de idade e comprovar que adquiriu uma doença do trabalho. É um absurdo”, ressaltou. Hoje, esse tipo de benefício é concedido para os segurados que trabalharam por 25 anos em condições insalubres e periculosas.
O principal argumento do governo para aprovar a proposta é o suposto deficit da previdência. Porém, segundo especialistas a Previdência seria superavitária se o governo não desviasse os valores arrecadados para pagar os juros da dívida pública da União.
De acordo com o diretor da CUT Nacional e do Sindicato, Expedito Solaney, o atual governo não se preocupa com as consequências sociais da reforma porque não recebeu o crivo das urnas. “O que ocorreu no Brasil foi um golpe e, agora, esse governo que não foi votado está cumprindo todos os compromissos que assumiu com os banqueiros e outros setores da elite. Ter uma aposentadoria digna é o sonho dos trabalhadores. Queremos uma Previdência justa e equânime”, conclui.
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