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Banco do Nordeste do Brasil anuncia fechamento de 19 agências. A medida que também vem sendo praticada no Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal reflete, entre outras consequências, o desmonte de instituições públicas que primam pelo desenvolvimento social.  AFBNB ratifica seu posicionamento contrário

 

Seguindo o modelo praticado no Banco do Brasil e definido na Caixa Econômica Federal, o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) anunciou o último dia 13 o fechamento de 19 agências. A alegação é de que o momento econômico exige eficiência das instituições e que a decisão “ajudará na melhoria contínua e produtividade das unidades”. A Associação dos Funcionários do Banco do Nordeste (AFBNB), que no último dia 18 enviou email à Bancada Nordestina no legislativo federal, é contrária à medida, que se concretizada encerra o atendimento de quatro agências no Ceará (duas em Fortaleza, uma em Juazeiro do Norte e uma em Sobral). Os números estão abaixo somente das unidades da Bahia.

 

O BNB, para atender às crescentes demandas regionais que envolvem também o norte do Espirito Santo e de Minas Gerais, vinha se superando a cada ano. Esse esforço para recuperar e fortalecer o BNB e a região se esvai com o fechamento de unidades. Com 180 unidades em 2006, o Banco aplicava perto de R$ 7,3 bilhões e contava com 5.161 funcionários/as. Em 2015, contava com 303 unidades, aplicava R$ 24,1 bilhões, com 7.231 trabalhadores/as.

 

Para Rita Josina, diretora-presidente da AFBNB, baseando-se na atual conjuntura brasileira, não é difícil concluir que se trata de direcionamento superior, haja vista a política de ‘estado mínimo’ em curso pelo governo federal. “O fato é de se lamentar e exige mobilização contra a medida. Para instalar uma agência, são aportados estudo de mercado, aluguel de prédios, tecnologia, investimento em pessoal, publicidade, dentre outros itens. A reversão em pouco tempo, como é o caso, expressa sim, gasto público”, destaca Rita.

 

A AFBNB acredita que compete às instâncias de poder político, bancada nordestina, casas legislativas e câmaras municipais, bem como aos segmentos produtivos, ampla mobilização neste sentido. O BNB só será mais forte com os diversos entes satisfeitos pelo adequado cumprimento do seu papel, o que só será viável com aumento da sua capilaridade acima de tudo.

 

PEC 55, resolução 4452 do CMN, CLT, Previdência e outras pautas legislativas

Ao longo de 2016, a AFBNB pautou muitas de suas ações institucionais em medidas de autoria do governo e legislativo federal. Em busca de intenso diálogo junto à bancada nordestino no Congresso Nacional, a entidade de trabalhadores cumpriu visitas em Brasília a fim de barrar e contribuir na não-aprovação dos respectivos poderes.

 

Exemplo bastante contundente é a revogação da Resolução 4452, do Conselho Monetário Nacional (CMN), que previa a elevação dos juros dos Fundos Constitucionais, incluindo o FNE (Fundo Constitucional do Nordeste – previsto constitucionalmente e cuja administração é exclusiva do BNB). Em tramitação do fim de 2015 para o início de 2016, a norma caso tivesse sido aprovada teria atingido diretamente pequenos e médios empresários da região nordeste.

 

AFBNB

A Associação dos Funcionários do Banco do Nordeste do Brasil (AFBNB) nasceu em fevereiro de 1986, no esteio da redemocratização por que passava o País, com o fim da ditadura militar. Naquele tempo, os funcionários das estatais ganhavam o direito de se organizarem livremente.

 

Os objetivos da entidade são a defesa dos interesses de seus associados nas relações de trabalho com o BNB, desenvolvimento do Nordeste através do combate às desigualdades sociais e preservação do BNB, enquanto indutor do desenvolvimento nordestino.