Grupo extremista divulgou comunicado informando que 'um heroico soldado do califado' atacou o clube Reina, em Istambul, qualificado pelos jihadistas como 'um dos clubes noturnos mais famosos onde os cristãos celebram seu feriado apóstata'
ANCARA - O Estado Islâmico (EI) assumiu nesta segunda-feira, 2, a responsabilidade por um atentado na noite do ano-novo em uma boate lotada de Istambul, quando um solitário homem armado matou 39 pessoas. O atirador permanece foragido. O grupo jihadista fez a reivindicação em comunicado divulgado em um de seus canais de comunicação no aplicativo de mensagens Telegram, um método já utilizado no passado. Autoridades turcas não fizeram comentários de imediato sobre a informação.
“Em continuação as operações abençoadas que o Estado Islâmico está conduzindo contra o protetor da cruz, a Turquia, um heroico soldado do califado atacou um dos clubes noturnos mais famosos onde os cristãos celebram seu feriado apóstata”, disse o comunicado.
A Turquia, membro da aliança militar Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), faz parte de uma coalizão liderada pelos Estados Unidos contra o EI, e lançou uma incursão na Síria em agosto para expulsar os militantes radicais islâmicos de suas fronteiras.
As autoridades acreditam que o agressor possa ser de uma nação centro-asiática, suspeito de ter laços com o Estado Islâmico, segundo o jornal turco Hurriyet. A polícia distribuiu uma foto em preto e branco de baixa resolução do suposto agressor, tirada por uma câmera de segurança.
O ataque a tiros na boate Reina, às margens do Bósforo, abalou a Turquia em um momento no qual o país tenta se recuperar de uma fracassada tentativa de golpe de Estado, em julho, e uma série de atentados a bomba em cidades como Istambul e a capital Ancara, alguns atribuídos ao Estado Islâmico e outros a militantes curdos.
Algumas pessoas pularam para dentro do Bósforo para se salvar após o atirador ter começado a atirar aleatoriamente, cerca de uma hora depois do ano-novo. Testemunhas descreveram terem buscado abrigo debaixo de mesas, à medida que o atirador disparava seu fuzil automático.
Cidadãos de Arábia Saudita, Marrocos, Líbano, Líbia, Israel, Índia, um cidadão turco-belga e uma mulher franco-tunisiana estão entre os mortos, segundo autoridades. O jornal saudita al-Riyadh informou que cinco dos mortos eram sauditas. / REUTERS
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