A imagem que o Brasil passa para o mundo é de um país em que pessoas de todas as raças e classes sociais vivem em plena harmonia. Mas, pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) sobre a distribuição da renda e o acesso aos serviços básicos, mostra que nem tudo é o que parece. Os negros têm a menor renda e são maioria entre os pobres.
Os dados elucidam. Cerca de 76% dos brasileiros no grupo dos 10% mais pobres eram negros em 2014. Já entre os 1% mais ricos do país, 79,6% eram brancos.
A população negra também está mais sujeita à precariedade no mercado de trabalho. No ano passado, 48,3% dos trabalhadores informais eram negros e 34,2% brancos. Vale destacar que, em 2014, 53,6% da população era negra.
Avanços e riscos
Embora a pesquisa do IBGE mostre um país ainda desigual, muitos avanços foram obtidos nos últimos anos, com os governos Lula e Dilma. As cotas raciais nas universidades, o Prouni e o Bolsa Família são alguns dos exemplos.
As políticas de inclusão social, no entanto, estão em risco com o governo de Michel Temer, sobretudo com a PEC 55. A proposta rompe o frágil pacto social da Constituição, que impõe ao Estado brasileiro o dever de promover direitos sociais.
|