Se o trabalhador já está preocupado com as medidas do governo Temer, como a reforma na Previdência, aumento da idade mínima para aposentadoria e a PEC 241, no setor bancário, a preocupação também é grande.
Irresponsavelmente, os bancos demitem os funcionários com salários mais elevados e contratam novos, com remuneração bem menor. Os dados comprovam.
Pesquisa do Emprego Bancário, feita com base em dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), revela que os trabalhadores admitidos entre janeiro e setembro recebiam, em média, R$ 3.708,44. Já os desligados tinham remuneração de R$ 6.397,98. Ou seja, os admitidos entram ganhando 58% do que os que saem.
Do total das demissões nos bancos, 61% foram sem justa causa. Já os desligamentos, que são sincronizados entre o tempo de empresa e a idade do trabalhador, ocorrem especialmente entre 50 e 64 anos. Dos 25.194 desligados, a maioria tinha 10 anos ou mais na empresa.
A desigualdade entre homens e mulheres também é gritante. As mulheres admitidas nos primeiros nove meses deste ano receberam em média R$ 3.088,55, enquanto os homens contratados no mesmo período, R$ 4.330,67.
No quesito desligamento, a diferença continua. As funcionárias demitidas no período recebiam R$ 5.308,58, o que representa 71,2% da remuneração média dos homens demitidos, R$ 7.454,50.
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