Após seis meses de queda, a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) voltou a subir em agosto, avançando para 69,3 pontos – contra os 68,7 de julho último. Apesar da alta mensal de 0,9%, o recuo anual é de queda de 15,3% em comparação com agosto do ano passado. Conforme o levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgado, ontem, todos os componentes da pesquisa apresentaram variações distintas em ambas as bases, sendo todas positivas sobre julho e negativas sobre igual mês de 2015 – com destaque para o Nível de Consumo Atual, que recuou 29% em 12 meses, apesar da leve alta mensal de 0,5%, estando com 44,2 pontos.
Para a CNC, mesmo com a perda da força da inflação e seus impactos favoráveis nas vendas, o consumo ainda está retraído diante do cenário econômico desfavorável. “A confiança do consumidor ainda segue fragilizada por causa do encarecimento do crédito e da instabilidade no mercado de trabalho”, explicou a assessora econômica da CNC, Juliana Serapio. Conforme o levantamento, a maior parte das famílias declarou estar com o nível de consumo menor que o do ano passado (66%, ante 66,3% em julho de 2016. Isso se reforça pelo item Compra a Prazo, que, mesmo com alta de 1,1% ante julho, também apresenta forte retração anual (-20,9%).
Diferentemente dos meses anteriores, todos os componentes tiveram variação positiva na comparação mensal. No entanto, o ICF ainda permanece em um nível menor que 100 pontos, ou seja, continua abaixo da zona de indiferença, o que indica uma percepção de insatisfação com a situação atual. O nível de confiança das famílias com renda abaixo de dez salários mínimos mostrou melhora de 1% na comparação mensal; e o daquelas com renda acima de dez salários mínimos apresentou aumento de 0,3%. O índice das famílias mais ricas está em 77 pontos; e o das demais, em 67,9 pontos. Os índices abertos por faixa de renda também continuam abaixo dos 100 pontos.
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17/08/2016
