Após os preços acelerarem em julho, o mercado revisou as projeções para a inflação e elevou a estimativa para o IPCA no fim deste ano, segundo boletim Focus, divulgado ontem. Os economistas e instituições financeiras consultados pelo Banco Central (BC) também melhoraram a previsão para a retração da atividade econômica em 2016. A pesquisa semanal mostrou que a perspectiva para a inflação passou de 7,20% para 7,31%. Para 2017, foi mantida em 5,14%, e, em 2018, a expectativa é que permaneça no centro da meta do governo, que é de 4,5%.
O aumento da projeção ocorre após o IPCA de julho acelerar em relação a junho, pressionado por alimentos. O índice fechou o mês com avanço de 0,52%. No ano, acumula alta de 4,96%, enquanto em 12 meses é de 8,74% -acima do teto da meta do governo, que é de 6,5%. Apesar do aumento, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, reiterou o compromisso da instituição com uma meta de inflação de 4,5% em 2017 – abaixo da expectativa dos economistas consultados pelo Focus.
Recessão menor
A retração da atividade econômica foi novamente revisada. Agora, a expectativa é que o PIB (Produto Interno Bruto) recue 3,20%, ante projeção de 3,23% na semana passada. A melhora ocorreu apesar de o indicador de atividade econômica do BC ter queda de 0,53% no segundo trimestre na comparação com os três primeiros meses do ano. No primeiro semestre, a economia brasileira acumula retração de 5,38%. Os economistas consultados no Boletim Focus mantiveram em 1,10% a expectativa de crescimento da economia em 2017. Em 2018, a expansão prevista é de 2%.
A projeção para a taxa básica de juros (Selic) subiu de 13,5% para 13,75% neste ano, embora tenha se mantido em 11% em 2017. Já a expectativa para a taxa de câmbio permaneceu em R$ 3,30 neste ano e em R$ 3,50 no próximo. Isso, apesar das fortes oscilações que a divisa norte-americana tem apresentado nos últimos meses, chegando a ficar abaixo de R$ 3,20.
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