O novo governo garantiu que uma refinaria no Estado é projeto incluído no acordo que o Brasil fez com a China
Uma refinaria no Ceará está entre as prioridades do Governo Federal. O projeto seria tocado por meio do fundo para infraestrutura de US$ 50 bilhões, que foi acordado entre o Brasil e a China, em maio do ano passado, ainda no governo da presidente afastada, Dilma Rousseff (PT).
“Deixo claro que não estamos criando expectativas pelo momento em que o mundo vive sobre petróleo, queda de preço das commodities. Mas nós conseguimos colocar (a refinaria) naquela negociação entre Brasil e China, em que foi criado um fundo... E na relação de prioridades do Brasil, como investimentos, por esse fundo chinês de US$ 50 bilhões, está a refinaria no Ceará”, disse o governador do Estado, Camilo Santana (PT), ao O POVO.
A vinda de uma refinaria para o Ceará seria por uma questão estratégica de necessidade de refino de petróleo no País. “Também deixamos em aberto, em visita que fiz à China, com a possibilidade dessa refinaria se instalar dentro da ZPE (Zona de Processamento de Exportação do Ceará)”, detalhou Camilo.
Hoje, o terreno que pertencia à Refinaria Premium II, cancelada pela Petrobras, foi anexado à ZPE, no Porto do Pecém. A ideia é que a nova refinaria seja instalada na área, que possui quase dois mil hectares, juntamente com outras empresas que já estão sendo prospectadas pelo Estado.
“Temos mais espaço para garantir a refinaria. Enfim, acho que não gosto de criar expectativa, mas acho que nós nunca devemos desistir de sonhos, vamos manter permanentemente nossa luta, os contatos com investidores internacionais”, afirmou o governador.
Novo governo
Com receio da refinaria no Ceará não estar mais entre os projetos prioritários do Governo Federal, Antônio Balhmann, assessor de Assuntos Internacionais de Estado, se encontrou com Jorge Arbache, novo Secretário Executivo da Secretaria Executiva de Assuntos Internacionais (Seain) do Ministério do Planejamento.
Arbache é responsável pela negociação do acordo Brasil-China assinado entre a presidente afastada Dilma e o primeiro ministro chinês Li Keqiang, em maio do ano passado.
Ele também é responsável pela negociação com o governo chinês do fundo de financiamento que irá financiar os projetos de infraestrutura brasileiros, que estão dentro do Acordo Brasil-China.
Segundo Balhmann, o secretário do Governo Federal informou que a orientação do novo Ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, é dar continuidade ao acordo e ao fundo e já falou para as instâncias responsáveis pelo lado chinês desta disposição.
“Isto é muito positivo para o Ceará, porque ficou definido que o Governo Federal vai manter a refinaria como projeto prioritário dentro do acordo que fez com a China. Então ele deu a garantia de que o projeto vai continuar”, afirmou Balhmann.
Projetos
Além da refinaria, o secretário de Assuntos Internacionais do Ceará adianta que o Governo do Estado está se mobilizando para ter tratativas com investidores iranianos. A ideia inicial é preparar um documento voltado para as áreas de interesse dos iranianos, mostrando as potencialidades do Ceará, juntamente com a equipe da ZPE. Mas, ainda não há mais informações, nem foi definida data para o encontro.
Em relação a outros projetos, a área ampliada da ZPE de dois mil hectares é vista como potencial para instalação de empresas de diversos setores. Camilo cita que além de espaço para garantir a refinaria, o Governo pode negociar com as empresas de granito e do setor automobilístico. “Assinamos uma base de regaseificação com a Posco E&C (coreana). Investimento de US$ 400 milhões. A ZPE é um caminho de muitas oportunidades e, não só a refinaria, mas temos que pensar em outras atividades importantes”, disse.
NÚMEROS
50 bilhões de dólares é o montante do fundo acordado entre Brasil e China
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23/06/2016
