A Desvinculação de Receitas da União (DRU), aprovada pela Câmara dos Deputados, não mexeu nos recursos do Fundo Constitucional de Desenvolvimento do Nordeste (FNE). O fundo, que oferece crédito a juros baixos aos setores produtivos da Região, continua com orçamento de R$ 14,1 bilhões para este ano, dos quais R$ 2,1 bi devem ser investidos em Pernambuco.
O número é superior aos R$ 12,5 bilhões de 2015 e foi informado pelo presidente do Banco do Nordeste (BNB), Marcos Costa Holanda, que veio ao Recife, ontem, para lançar o Cartão FNE.
“Felizmente, os fundos constitucionais ficaram de fora da DRU. Isso significa que os recursos do FNE estão preservados, o que é muito importante para o desenvolvimento do Nordeste”, afirmou Holanda, dizendo que o FNE é “o principal instrumento de política regional de um país desigual como o Brasil” porque oferece crédito de forma diferenciada para o Nordeste. Hoje, as taxas vão de 6,5% a 10%, enquanto a Selic está em 14,25%.
Lançado pelo BNB, o Cartão FNE pretende facilitar o acesso ao fundo oferecendo a empresários de todos os portes e segmentos limite de R$ 1 milhão em crédito pré-aprovado, rotativo e válido por cinco anos, renováveis por mais cinco anos.
O dinheiro pode ser usado para a aquisição de máquinas, mercadorias, insumos e matérias-primas necessárias ao desenvolvimento dos negócios e as compras podem ser parceladas em até 72 vezes. Ainda há bônus de adimplência de 15% sobre os juros e a possibilidade de dividir o limite em duas modalidades diferentes: investimento e giro de insumo.
O serviço ainda será estendido para o setor do agronegócio no próximo mês e pretende alcançar até 1,5 milhão de clientes.
“É uma forma mais rápida e desburocratizada de ofertar o FNE, que é a fonte de financiamento mais atrativa e a mais importante em termos de recursos para a região, pois permite comprar insumos e maquinário em qualquer lugar do brasil, pela Internet”, disse Holanda.
“O cliente só vai comparecer a agência para fazer a aquisição do cartão, depois só precisa procurar o fornecedor para fazer as compras. A efetivação acontece por meio do sistema, sem que seja preciso levar os documentos ou a nota fiscal na agência”, completou o superintendente do BNB em Pernambuco, Marcílio Moraes Silva, ressaltando que, para entrar no sistema, os fornecedores precisam se cadastrar no banco. Ele ainda garantiu que as transações são seguras porque cada venda gera um ‘token’ que pode ser usado para rastrear o processo.
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13/06/2016
