Após passar cerca de quatro anos impedido de financiar grandes projetos de energia eólica, o Banco do Nordeste (BNB), que opera o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), vai voltar a ofertar crédito para o setor.
Para o BNB, a decisão do Ministério da Integração reflete posicionamento voltado ao desenvolvimento regional, levando em consideração as inúmeras oportunidades de negócios que se abrem para aplicação dos recursos do FNE. O Banco adianta que a participação dos recursos em projetos aprovados poderá ser de até 60% do investimento total, com prazo de até 20 anos e carência de até oito anos. Serão oferecidas taxas de juros que variam de 12,95% a 9,5% ao ano.
A presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Élbia Silva Gannoum, diz que a notícia de que os fundos constitucionais vão ampliar suas linhas de financiamento para energias renováveis é algo a ser comemorado. Acrescenta que as opções para financiamento são essenciais para desenvolver novos projetos, especialmente neste momento de cenário conturbado. “Este era um pleito da fonte eólica desde 2011, quando o benefício foi retirado”.
O secretário da Câmara Setorial de Energias Renováveis do Ceará, Adão Linhares, diz que corrige-se um erro. “É um retorno a uma situação correta porque os projetos de energias renováveis são fatores de desenvolvimento”.
Ele afirma que a decisão do Governo Federal, em 2011, de centralizar esses projetos no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) criou obstáculos por causa da competição com outros setores e regiões.
Segundo o Ministério da Integração, os fundos regionais passam a financiar projetos de geração, transmissão e distribuição de energia, como centrais fotovoltaicas (energia solar), parques eólicos, pequenas centrais hidrelétricas e usinas de aproveitamento das fontes de biomassa.
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Em 2015, o BNDES desembolsou R$ 22,3 bilhões para projetos no setor de energia elétrica. Do total, o Ceará recebeu R$ 965.211.947
O BNB explica que, desde 2012, o financiamento de projetos da área de energia com o FNE estava vedado pelo Governo Federal, que no ano anterior determinou que os recursos seriam usados em operações de microcrédito.
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