D urante quase dois anos da Assembleia Nacional Constituinte, em 1988, tive ocasião de proferir intervenções na tribuna, apontando as desigualdades regionais, que incidiam sobre o Nordeste, Norte e Centro-Oeste.
Liderei, como primeiro signatário que fui, a emenda de que se originaria o almejado FNE, com o apoio das duas outra áreas geográficas, num total de assinaturas que garantiriam a aceitação da iniciativa, cuja inspiração era a realidade acentuadamente desfavorável, cuja correção se impunha em nome de um equilíbrio tributário, gradualmente a ser operacionalizado por aquele dispositivo que entidades empresarial endossaram entusiástica e decididamente .
Indústria e agricultura foram, então, dois segmentos imediatamente favorecidos, sequenciados pelo comércio anos depois, com o meu consciente modo de patronear, o que levou a FCDL a divulgar, em outdoors, o esforço despendido em prol de tão salutar e justo favorecimento.
Por solicitação do então presidente do BNB, Camilo Calazans de Magalhães, obtive, mediante Projeto de Lei, a inclusão do nosso Banco no Conselho Monetário Nacional, com direito a VOZ e VOTO, numa antevisão daquilo que, presentemente, veio a ocorrer com a descabida elevação dos JUROS, contra a qual se insurgem seguimentos ponderáveis da opinião pública, das três faixas enquadradas no âmbito geográfico já aludido.
Jamais poderia prognosticar que, logo depois, eu próprio tomaria assento em tal colegiado, o que ocorreu ao tempo da gestão José Sarney, sendo ministro da Fazenda Dilson Funaro, e presidente do Bacen Fernão Bracher.
Recordo que, na sequência dos titulares do Conselho estavam sempre ao meu lado Otávio Gouveia de Bulhões e o presidente do Basa Delile Macedo.
A decisão de tais referências serve para que o refazimento dessa esdrúxula medida, recentemente adotada e repudiada pelos servidores do BNB, bem assim de instituições representativas dos setores diretamente prejudicados, reforçará a porfia a que todos se integrarão diante desse embasamento incontestável, que me dispus a reconstituir por sua inestimável significação histórica .
Se voltar à Tribuna do Parlamento, nos próximos dias, esse tema terá realce sequenciado, numa linha de veemente protesto, direcionado à busca da recomposição anterior. Deploro assim, tão clamorosa injustiça, e me predisponho a verberá-la da forma que me for possível, sempre com veemência e respaldo nesse escorço rememorativo que desafia contestação.
Mauro Benevides
Jornalista e Presidiu o Congresso Nacional
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