Mesmo com lucros bilionários, os bancos que atuam no Brasil continuam cortando empregos e piorando as condições de trabalho dos bancários. Em 2015, as instituições financeiras que operam no país fecharam 9.886 postos de trabalho, de acordo com a Pesquisa de Emprego Bancário (PEB), divulgada pela Contraf. O número quase dobrou em relação a 2014, quando foram fechados 5.004 empregos no setor bancário, representando um avanço de 97,6%.
A base da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe também sofreu com o corte de vagas. Foram 628 empregos a menos nos dois estados, sendo 444 postos de trabalho fechados na Bahia e 184, em Sergipe.
O estudo é feito mensalmente, em parceria com o Dieese, usa como base os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e também revela que nos últimos três anos o setor permaneceu extinguindo empregos.
Na comparação mensal, dezembro apresentou o terceiro pior saldo, foram fechados 1.639 postos de trabalho, perdendo apenas para os meses de julho (-3.069) e novembro (-1.928). Em julho, o saldo negativo foi influenciado pelos programas de incentivo à aposentadoria implantados no Banco do Brasil e na Caixa.
Rotatividade e salário
Além do corte de vagas, a rotatividade continuou alta no setor. Os bancos contrataram 29.889 funcionários e desligaram 39.775, em 2015. A pesquisa também demonstra que o salário médio dos admitidos pelos bancos foi de R$ 3.550,19, contra R$ 6.308,10 dos desligados. Assim, os trabalhadores que entraram nos bancos receberam valor médio 43,7% menor que a remuneração dos dispensados.
Esta é uma prática recorrente dos bancos, que demitem bancários mais experientes e com salários maiores, para contratar novos trabalhadores, que recebem apenas o piso no início da carreira. Mais uma prova da falta de compromisso dos bancos com os seus funcionários.
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