O chefe da Controladoria Geral da União no Ceará (CGU), Roberto Medeiros, tem razão de estranhar a demora na responsabilização dos envolvidos no escândalo de corrupção do BNB. Um desvio milionário da verba do Fundo de Financiamento do Nordeste (FNE) e do Pronaf. Foi revelado em 2010 e era operado por algumas dezenas de servidores, pelo alto clero do banco, por empresários e gente comum que não tinha direito a empréstimos. Em entrevista às Páginas Azuis do O POVO, Medeiros reclamou da lentidão do Ministério Público Federal e do próprio banco, que foram pouco efetivos, mesmo tendo farto material levantado pela CGU. Poderia também reclamar da Polícia Federal. Na região do Jaguaribe, por exemplo, existe mais de 50 pessoas ligadas à maracutaia. As provas estão em relatórios da CGU e do BNB. No entanto, até aqui, apenas quatro pessoas foram presas. E uma pergunta: Num esquema tão grandioso como o esse, não existiu o braço político?
Jornalista Demitri Túlio - Jornal O Povo
|