Com base em fórmula do Banco Mundial, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome também fez um cálculo que mede a pobreza multidimensional. O indicador considera o acesso da população a produtos e serviços, como geladeira, fogão e água encanada, energia, telefone.
O Nordeste foi a região do País que mais se desenvolveu, dentro desses parâmetros, nos últimos doze anos. A queda da pobreza multidimensional foi de 89%. O número de trabalhadores com carteira assinada também subiu em todas as faixas medidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No Ceará, de 2004 a 2014, o Pnad apontou que o percentual de pessoas sem geladeira caiu de 57,7% para 5,9%, entre os 20% mais pobres.
Antes de o Ministério do Desenvolvimento Social divulgar os números, a auxiliar administrativa, Lucilene Mendes de Morais, de 40 anos, já sentia a diferença no poder de compra e acesso à educação, por exemplo.
“Até a minha adolescência, eu via que tudo era mais difícil ainda mais para famílias pobres como a minha. Para mim, de 10, 12 anos para cá as coisas melhoraram. Visivelmente ficou mais fácil ter um eletrodoméstico, por exemplo”, relata.
A auxiliar administrativa, que concluiu o Ensino Médio há mais de 20 anos, hoje trabalha com recursos humanos e investe em curso superior na área. “A faculdade costumava ser algo tão distante para mim. Agora eu vejo que tudo é mais possível. Até a casa própria”, comemora.
Na infância, Lucilene costumava ajudar a mãe com faxinas. Os pais dela não concluiram o Ensino Fundamental. Mas a filha dela estuda em colégio particular e, no que depender da família, irá para universidade. Para Lucilene, não são precisos dados para afirmar que, de uma geração para outra, houve melhora no Ceará.
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04/12/2015
