Cerca de 7 mil trabalhadores da Usiminas decidiram entrar em greve nesta quarta-feira (11), após anúncio da empresa de parar a produção de aço e demitir milhares de funcionários. A intenção da siderúrgica é demitir 2 mil funcionários diretos e 2 mil terceirizados.
A Usiminas alega que a decisão veio a partir do cenário de fraqueza da economia e a deterioração dos preços da liga nos mercados internacionais.
Para Florêncio Resende de Sá, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Baixada Santista, a empresa usa da crise para acabar com a sua produção primária.
“A Usiminas não tem crise nenhuma. Ela se aproveita da instabilidade do país para dizer que está em crise. Seu lucro bruto é de R$ 735 milhões por trimestre. O que acontece é que ela não investe esse lucro nessa planta, porque quer fechar o setor produtivo e manter apenas a operação portuária e de lâminas, para alimentar o mercado paulistano”, aponta.
Não houve negociação entre a empresa e os trabalhadores. Segundo Florêncio, a empresa diz que as demissões são irreversíveis. “Os funcionários não podem ser desligados até 23 de dezembro por conta de liminar na Justiça, mas isso não protege os trabalhadores terceirizados”, afirma Sá. Até agora, 600 trabalhadores terceirizados foram demitidos.
Em uma mobilização na usina pela manhã, Claudinei Rodrigues Gato, vice-presidente do sindicato, foi detido pela polícia. Ele já foi solto. “Esse tipo de prisão é para intimidar os trabalhadores a continuar se mobilizando, mas a nossa intenção é se mobilizar por tempo indeterminado”, diz Florêncio.
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