As categorias mini, micro, pequeno e pequeno-médio porte, rurais e urbanas, foram responsáveis pela contratação de 65% de todos os recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) no primeiro semestre de 2015. Os dados são do balanço financeiro do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), operador do fundo.
Foram R$ 4,9 bilhões disponibilizados via FNE. Desse total, R$ 1,380 bilhão para mini-empresas; R$ 1,164 bilhão para pequena e R$ 549 milhões para pequena-mádia e R$ 130 milhão para micro. O somatório de empréstimos para grandes e médias empresas atinge R$ 1,77 bilhão.
Na distribuição do Fundo Constitucional por estado, a Bahia contratou mais, com o valor de R$ 1,250 bilhão. Depois vem o Ceará (R$ 1,070 bilhão); Maranhão (R$ 525 milhões); Piauí (R$ 500 milhões) e Pernambuco (R$ 447 milhões).
O patrimônio líquido do FNE cresceu 6,4% de janeiro a julho de 2015, atingindo um volume de R$ 56,9 bilhões. A alta foi creditada à elevação dos ingressos do Tesouro Nacional de R$ 3.520 milhões no período.
A boa aplicação do FNE é condição importante para que o Governo Federal e o Congresso Nacional não mexam na operação do fundo, nem nos recursos, conforme o presidente do Banco do Nordeste, Marcos Holanda havia afirmado ao O POVO. O Projeto de Emenda Constitucional (PEC) nº 87 prevê corte de 30% nos repasses aos fundos constitucionais.
Para Holanda, o FNE já é autossustentável e está sendo aplicado, cumprindo todas as metas. Ele classificou o fundo de “oxigênio” da região Nordeste em termos de recursos para o desenvolvimento. Sendo assim, afirmou não ver motivo para alguma medida regressiva.
Lucro líquido
O lucro líquido do Banco do Nordeste no primeiro semestre foi de R$ 158 milhões, um resultado 51,5% menor que apresentado em 2014 no mesmo período (R$ 326 milhões). Conforme o balanço, o desempenho inferior é resultado principalmente da elevação das despesas com “aprovisionamento de crédito”.
Já o programa Crediamigo desembolsou R$ 3,9 bilhões, um aumento de 18,7%. A quantidade de empréstimos cresceu 8,8%, com a realização de dois milhões de operações no período. A capacidade operacional atingiu, nos seis primeiros meses de 2015, a média de 16,5 mil desembolsos por dia, significando um crescimento de 8,7% em relação ao mesmo período de 2014.
O POVO entrou em contato com o BNB para comentar os resultados no final da tarde de ontem. Não houve retorno até o fechamento desta edição.
Contratações
A contratação global do BNB no primeiro semestre de 2015 totalizou R$ 11,4 bilhões, alta de 26,5% em relação ao mesmo período de 2014. São quase 2,5 milhões de operações.
Agroamigo
O programa de microcrédito rural do Banco do Nordeste, Agroamigo, que comemora 10 anos de atuação, atingiu a marca de R$ 3 bilhões em sua carteira ativa, financiando atividades produtivas de mais de 1 milhão de clientes ativos. O Agroamigo já contratouR$ 6,9 bilhões desde sua criação. No primeiro semestre de 2015, o Agroamigo contratou R$ 910,7 milhões.
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