Os bancários da Bahia deram o primeiro passo da campanha salarial 2015 e o movimento ganhou às ruas com lançamento, nesta quarta-feira (12/08), no Banco do Brasil do Comércio, em Salvador.
A manifestação esbanjou criatividade com cartazes e bolas para chamar a atenção da população e ainda uma bela atuação dos repentistas José Rodrigues e Antônio Queiroz e declamação de poemas de Tiago Oliveira.
Para finalizar, um bolo foi repartido entre bancários e clientes. "Essa é uma ação simbólica para mostrar que os bancos podem dividir os lucros", ressalta o diretor de Comunicação do Sindicato da Bahia, Adelmo Andrade.
O presidente da entidade, Augusto Vasconcelos, lembra que a campanha vai além do índice de reajuste salarial de 16%. "Nossa luta é ampla pelo trabalhador brasileiro. Não vamos permitir a retirada de direitos e nem a desestruturação do trabalho com a aprovação de leis como a da terceirização".
O fim da terceirização nas agências, inclusive é uma das reivindicações da categoria. A pauta é extensa e tem ainda melhores condições de trabalho e de atendimento, investimento em segurança para proteger bancários e clientes, fim do assédio moral e das metas.
Clientes aprovam
Enquanto a fila aumentava dentro da agência do BB do Comércio, nesta quarta-feira (12/08), os diretores do Sindicato chamavam atenção para o descaso dos bancos. A população aproveitava para ouvir as reivindicações e ler o jornal O Bancário.
A atenção era total. "Eles investem no internet banking enquanto nós queremos mais contratações para garantir o olho no olho e menos filas", destaca o analista de sistemas, Alex Oliveira. A aposentada Selma Pacheco concorda. "Nós [clientes] também sofremos. Falta funcionário principalmente para repor o horário do almoço e outros intervalos".
Na terça-feira (18/08), a campanha salarial chega às agências para esclarecer a população sobre as principais demandas dos bancários. E quarta-feira (19/08) tem rodada com a Fenaban. Em pauta, o emprego.
Os bancários sabem que não há crise no setor financeiro. Três bancos (Bradesco, Itaú e Santander) lucraram R$ 24 bilhões no primeiro semestre. Portanto, podem acabar com as demissões e garantir os postos de trabalho.
A pauta de cada banco
O lançamento da campanha salarial é também o momento para tratar de questões específicas. O diretor do Sindicato, Humberto Almeida, funcionário do BB, elencou pontos da pauta específica do Banco do Brasil. "Nossa luta é por contratações e o fim do contingenciamento das contas da Cassi".
Na Caixa, os empregados vão tratar sobre a necessidade urgente de retomar as convocações e pela isonomia. No BNB, a revisão do PCR (Plano de Cargos e Remuneração) e a PLR Social serão colocados na mesa.
Já no Bradesco, a diretora Graça Gomes, lembra da campanha de valorização dos funcionários. “Agora é hora de cobrar valorização e o auxílio-educação, que só o Bradesco não tem”.
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