A reforma tributária no Brasil precisa acontecer e de forma urgente. Dados divulgados pela Receita Federal expõem o tamanho das desigualdades no país e a falta de políticas tributárias que aliviem o trabalhador médio e arrecade mais dos mais ricos.
As informações das declarações de imposto de renda das pessoas físicas entre 2008 e 2014 afirmam que os contribuintes com renda mensal acima de 160 salários mínimos (ou que ganham mais de R$ 1,3 milhão de reais por ano) representam 0,3% do total. São 71.440 pessoas entre os mais de 26,4 milhões que declararam renda referente a 2013.
O mais impressionante é que essa fatia totaliza R$ 298 bilhões em rendimentos, R$ 1,2 trilhão em patrimônio e corresponde à porcentagem de 22% do total das propriedades, bens e ativos financeiros do país. Ou seja, se somado aos demais 136 mil brasileiros com renda acima de 80 salários mínimos ao mês, essa faixa é dona de 30% de toda a riqueza brasileira.
Porém, esse montante dos mais ricos só tem retenção de 6,4% da renda, em média, enquanto aqueles que têm rendimentos anuais entre R$ 162.420 e R$ 325.440 tem de pagar 11,7% de impostos. Como a atual tributação é progressiva só até uma determinada faixa, um trabalhador que ganha R$ 4.664 por mês paga a mesma taxa de quem ganha R$ 300 mil mensais. Um erro que só aumenta as desigualdades econômicas e sociais.
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