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Saiu na Imprensa

  07/08/2015 

Opinião - Um brinde à barbárie

A cada grande luta do UFC, geral corre para o mercado para comprar carvão, carne, linguiça, drumete e cerveja. A mobilização em torno do UFC é a mesma das lutas de boxe profissional de antes. O roteiro é igual. Provocações entre os lutadores, a famosa encarada na pesagem que, às vezes, passa da medida, entre outros.
 
Há uma diferença tênue, porém significativa, entre ambos.
 
No boxe, o desafio é derrotar o adversário de pé e com as mãos. Se um cair, por qualquer motivo, a luta é interrompida. Se o árbitro perceber que um já não tem condições de prosseguir, acaba-se a luta imediatamente. Nos Jogos Olímpicos, disputado por amadores, protege-se a cabeça, além das mãos. O objetivo é vencer, não destruir o oponente.
 
Embora até esse resquício de responsabilidade com a vida dos lutadores está sendo deixado de lado pelo Comitê Olímpico Internacional (COI).
 
Já no UFC, apesar de algumas regras minimamente civilizatórias, não há restrição ao ataque contra um adversário caído, salvo poucas exceções. A expectativa de quem assiste não é a técnica de um ou de outro, o importante é que um destrua o outro.
 
Há algum tempo, aplaudimos a violência gratuita, a justiça com as próprias mãos. Nossa sanha por sangue produz, a cada dia, um sem número de casos como o rapaz agredido covardemente no Grajaú, no Rio de Janeiro, por esses dias.
 
Ele é negro, como os que andamos amarrando em postes para execração pública. Ou seja, nosso gosto por violência é dirigido contra pobres, negros, mulheres, homossexuais e outras “diferenças” que não toleramos.
 
Criamos uma cultura de violência importada pelos filmes e por aquilo que consideramos esporte. Que deveria servir para o cuidado com o corpo e se torna, não só nas lutas, um meio eficaz de degeneração dele.
 
Enquanto isso, abrimos mais uma para brindar a nossa própria morte enquanto humanos.
Fonte: Portal Brasil de Fato
Link: http://www.brasildefato.com.br/node/32611
Última atualização: 07/08/2015 às 08:44:28
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