A maré não está nada boa. Mas, o problema não é a economia e, sim, as conquistas que os trabalhadores podem perder. O Senado Federal tenta flexibilizar o horário de almoço dos funcionários das empresas.
A ideia é reduzir em uma hora o descanso. O projeto traz sérios riscos à saúde e à segurança no trabalho. De acordo com a procuradora do Ministério Público do Trabalho, Juliana Carrero, o intervalo intrajornada de, no mínimo, uma hora, para quem trabalha mais de seis horas seguidas é uma medida de segurança e saúde.
A mesma opinião tem o juiz Luiz Antonio Colussi, da Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho). Ele frisa que o descanso é essencial para que os funcionários reponham energias e mantenham a concentração e o foco no trabalho, para dificultar a ocorrência de acidentes.
O mesmo motivo é apontado por José Carlos Torves, da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas). Segundo lembrou, a situação dos jornalistas é ainda pior, por trabalharem até 10, 12 horas por dia, muitas vezes em situação de risco, sob forte cansaço e estresse, e a jornada de cinco horas garantida por lei nunca ser cumprida.
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