A fome no mundo poderia ser erradicada até 2030 ao custo de 239 bilhões de euros de investimento por ano. O dado faz parte do relatório do Programa Alimentar Mundial e do Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola, divulgado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) na última sexta-feira.
De acordo com o trabalho apresentado, se for mantido o quadro atual no mundo em relação a esse problema, até o início de 2030 a população mundial de famintos girará em torno de 650 milhões de pessoas. Para erradicar essa chaga nos próximos 15 anos, seriam necessários US$ 160 (143 euros) por pessoa/ano que vive em situação de pobreza.
As cifras, que em princípio podem parecer astronômicas, representam na verdade o equivalente a 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, preço perfeitamente aceitável diante de problema tão grave enfrentado pela humanidade. O relatório divulgado pela ONU sugere como propostas, para esse fim, investimentos que intercalam medidas de proteção social por parte dos setores público e privado. Iniciativas nas quais se incluem ações nas áreas de infraestrutura rural, transportes, saúde e educação.
As iniciativas, todavia, não se referem apenas à macroestrutura. Pequenas iniciativas na zona rural, como, por exemplo, sistemas de irrigação e outras infraestruturas para beneficiar pequenos agricultores são apontadas como fundamentais para evitar o desperdício e as perdas durante as colheitas agrícolas.
Da mesma forma, ações simples nas áreas urbanas, como investimentos em pequenos negócios para gerar emprego e renda, bem como o oferecimento de contratos de trabalho justos, facilidades de crédito, habitação e serviços relacionados com a nutrição, são sugeridos pelo relatório da ONU como instrumentos eficazes de combate à fome.
Vê-se, nesse sentido, que a erradicação da fome é perfeitamente plausível, desde que haja decisão política com esse foco por parte das lideranças mundiais.
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