Nem mesmo quando a economia caminha a passos mais lentos os bancos deixam de lucrar alto. Isso porque cobram juros extremamente elevados. Quem bem sabe é o consumidor, que tem de se desdobrar para pagar as taxas salgadas.
Uma das explicações para o ganho gordo é o spread bancário, que é a diferença entre o que é pago pelas aplicações financeiras e o que é cobrado para a concessão de crédito. O indicador pulou de 160,5%, em dezembro de 2013, para 171,6%, em março de 2015, segundo o Banco Central.
Para definir o spread, são considerados os custos administrativos, impostos, recolhimentos compulsórios, a margem de lucro e o risco de inadimplência, uma das variáveis com maior impacto na decisão. Contudo, os calotes caíram de 3%, em outubro de 2014, para 2,8%, em março de 2015.
Apesar de não haver justificativa para aumentar os juros, as organizações financeiras abusam. Em março, os percentuais cobrados no cheque especial chegaram a 220% ao ano. No rotativo do cartão de crédito, o índice foi de 345% ao ano.
Ao que parece, nenhum mal chega ao setor bancário. O ganho com intermediação financeira é bem superior ao de importantes atividades industriais. Itaú, Bradesco e Banco do Brasil, por exemplo, tiveram rentabilidade sobre o patrimônio líquido pelo menos três vezes maior do que a de Gerdau e Usiminas, conforme a Economática.
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