A indicação de Marcos Holanda para presidir o Banco do Nordeste (BNB) tem profundas implicações para a política estadual. Representa o retorno do Ceará ao comando da instituição federal mais poderosa da região, quase três anos após o fim da malfadada administração de Jurandir Santiago. Mais que isso, significa uma importante mudança na correlação de forças no Estado.
Até o ano passado, uma composição entre o senador Eunício Oliveira (PMDB), o então governador Cid Gomes (Pros) e o deputado federal José Guimarães (PT) controlava os principais cargos federais. Desde 2014, o cenário mudou, com o rompimento entre Cid e Eunício, e o PT tendo de se equilibrar entre a aliança estadual com o ex-governador e a crônica dependência nacional do PMDB.
No começo deste ano, o principal espaço federal do Ceará era ocupado por Cid Gomes, ministro da Educação. O que incomodou profundamente Eunício. O peemedebista já tinha a promessa de receber o BNB para um indicado seu e vinha se movimentando para tal. Em poucos meses, então, houve uma reviravolta e tanto: Cid Gomes deixou o ministério e Eunício ganhou o mais poderoso agente governamental da região.
Do ponto de vista da influência junto ao Palácio do Planalto, constata-se uma inversão das forças no Ceará. O cidismo perde. Camilo trabalhava pela manutenção de Nelson Antônio de Souza – mais para evitar o avanço peemedebista. Perdeu. A oposição estadual se reforça.
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