Pouco tempo depois de ser informado sobre a divulgação de um cartaz que oferecia uma recompensa de R$ 10 mil pela morte de seu dirigente nacional, João Pedro Stédile, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) tomou providências judiciais protocolando, ontem (12), um pedido de investigação do caso na Polícia Federal e no Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro (MPE-RJ).
No mesmo dia, o movimento publicou uma nota afirmando que identificou o autor da campanha divulgada no Facebook. Segundo o MST, a ação teria partido da conta pessoal na rede social de Paulo Mendonça, guarda municipal de Macaé (RJ).
Embora o post já tenha saído do ar, segundo a advogada do movimento, Giane Alvarez, há um a cópia do material que servirá de base para a investigação e que, por se tratar de uma ameaça de morte, não só o guarda municipal pode ser responsabilizado como também quem compartilhou o cartaz.
Segundo a nota do MST, tal campanha de “ódio” é consequência do processo político no qual vive o país. “O panfleto é apenas um reflexo dos setores da elite brasileira que estão dispostos a promover uma onda de violência e ódio, com o intuito de desestabilizar o governo e retomar o poder, de onde foram afastados com a vitória petista nas urnas em 2002”, afirma o documento.
Diversas entidades e personalidades divulgaram mensagens em solidariedade a Stédile e o MST. Entre eles, destaca-se o quadro do muralista equatoriano, Pavel Égüez, enviado ao movimento.
O Levante Popular da Juventude e a União Nacional dos Estudantes (UNE) também manifestou repúdio à ameaça. Em seu texto, a Marcha Mundial de Mulheres responsabilizou a mídia “anti-democrática”pela incitação ao ódio e ao conflito. “Somos solidárias aos que resistem e lutam bravamente contra a ganancia do capital”, sintetiza a nota.
Parlamentares petistas também se pronunciaram sobre o caso. Para o deputado Valmir Assunção (PT-BA), que é fundador do MST no estado, o cartaz divulgado no facebook é uma peça “criminosa e fascista” e precisa ser investigada pela Polícia Federal. “Os autores desse crime de ódio devem ser responsabilizados de acordo com o Código Penal”, afirmou Valmir.
|